Voz da Póvoa
 
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Não Há Planeta B “Chegou a hora de fazermos as pazes com a natureza”

Não Há Planeta B “Chegou a hora de fazermos as pazes com a natureza”

19 Setembro 2020

É já uma escola adulta, com 30 anos feitos de iniciativa, por isso mais uma vez a Casa-Escola Agrícola Campo Verde (CEACV) assinalou, o seu aniversário através do Ciclo de Tertúlias subordinado ao tema “Agricultores: guardiões do ambiente”.

A sessão, que aconteceu na tarde de sexta-feira, contou com a participação do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, que não deixou de elogiar a capacidade de adaptação e de resiliência da CEACV ao mutante mundo agrícola português ao longo das três décadas agora festejadas.

O Edil apontou alguns erros estruturais de Portugal que, “abandonou o campo e a atividade agrícola, agravando, enquanto país, a perigosa e crónica dependência externa em termos de capacidade alimentar e só percebeu a importância estratégica da agricultura quando os destinos económicos e políticos do setor chegaram às mãos da geração tecnicamente mais bem preparada – mérito vosso, das vossas escolas, e das outras instituições formadoras, públicas e privadas”. A capacidade de resistência é, para o autarca, o grande mérito da CEACV”.
Aires Pereira elogiou a temática escolhida para o Ciclo de Tertúlias:  “Até nisto a Casa-Escola demonstra estar em dia com o pensamento (técnico e político) mais avançado”. De facto, “a União Europeia, apostada em trazer a natureza de volta às nossas vidas, atribui à Ecologia a importância central do plano de recuperação económica pós-Covid 19. O Pacto Ecológico Europeu, a concretizar até 2030, é algo tão extraordinário à escala da grande política internacional, que só podia ser concebido em contexto de grande sensibilidade política e técnica”.

O autarca não deixou também de considerar que “as lideranças femininas nos pontos-chave da administração da União Europeia (a Comissão e o Banco Central), apoiadas de forma decisiva pela chanceler alemã, foram fundamentais para nos conduzir às mudanças que urge implementar”.

E acrescentou que o Pacto Ecológico Europeu “pretende que todos assumamos a consciência de que chegou a hora de fazermos as pazes com a natureza. Todos temos que empenhar-nos na proteção da terra e do mar, na recuperação dos ecossistemas que tanto temos maltratado. Também a proteção e utilização sustentável da natureza trarão benefícios económicos às comunidades locais, criando emprego e desenvolvimento”.

O papel dos agricultores nesta mudança de comportamento exige “a adoção de novas práticas será fortemente apoiada pelo orçamento comunitário e os profissionais transformarão a sustentabilidade na grande marca identitária da agricultura europeia”. A título exemplificativo, a redução em 50% da utilização de pesticidas e em 20% a utilização de fertilizantes, bem como uma taxa de 25% das terras agrícolas em produção biológica”.

A estratégia “do Prado ao Prato”, apresentada pela União Europeia, “pretende assegurar que dispomos de alimentos saudáveis, acessíveis e sustentáveis; proteger o ambiente e a biodiversidade, combater as alterações climáticas (atingindo quanto antes a neutralidade carbónica); introduzir um rendimento económico justo na cadeia alimentar; e expandir a agricultura biológica”, explicou Aires Pereira que conclui: “Estou certo de que, a partir desta Escola os agricultores desta região assumirão progressivamente estes objetivos”.

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