Os dias contam-nos histórias de pessoas. Um amigo, daqueles que nunca desiste, disse-me um dia que “os alertas nunca chegam à ignorância”. Temos que reconhecer que depois de tantos avisos, alguém infectado de coronavírus sentir-se melhor e sair à rua, ir à padaria, tomar café na maior das descontrações, só podia resultar na sua detenção. Foi o que aconteceu no domingo, em Aver-o-Mar, por violação grave do dever de confinamento, a um individuo com COVID-19.
Segundo as autoridades trata-se de um homem com 43 anos, residente em Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim, e que vive com a mãe, uma senhora de 70 anos, que se desconhece se estará infectada.
O homem, operário da construção civil, estava emigrado em França a trabalhar. Segundo noticia o JN “em meados de março regressou a Portugal com sintomas gripais. Tinha tosse, febre e mal-estar. Foi ao Hospital de S. João, no Porto, onde lhe foi feito o teste ao Covid-19. O indivíduo, com sintomatologia ligeira, foi mandado para casa em isolamento. O resultado do teste haveria de sair no dia seguinte: positivo”.
Como as autoridades de saúde não conseguiam contactar o homem, a PSP, avisada, foi várias vezes à sua residência. A mãe dizia sempre "que tinha saído e não sabia para onde".
A PSP em contacto com os vizinhos recebia sempre a mesma resposta “o operário da construção civil passava os dias na rua, no café, na padaria, em passeios pela freguesia. Regressava a casa, sempre à noite, já tarde. A vizinhança desconhecia o estado de saúde do operário de construção civil.
No domingo a PSP, à hora do almoço, montou um cerco junto à casa, próximo da praia da Fragosa, e deteve o homem, que em resposta disse sentir-se bem. A PSP redigiu uma contraordenação ao homem, que deve ficar isolado, e será sujeito a um novo teste., teste que as autoridades de saúde vão realizar também à sua mãe, com quem partilhava a habitação.
