“Vamos resistindo, não sabemos por quanto tempo”, é a frase mais ouvida dos que ainda resistem, mas cerca de trinta publicações regionais deixaram de imprimir devido à pandemia de covid-19 e mais de metade corre o risco de fechar, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro.
Estão em causa, sobretudo, pequenas publicações “com poucos trabalhadores e, em muitos casos, até com pessoas que trabalham de boa vontade”, acrescentado que ainda não tem dados sobre quantas empresas terão recorrido ao ‘lay-off’.
“O que nós sabemos, e isso é muito importante, é que até hoje deixaram de imprimir cerca de 30 publicações de vários pontos do país. E dessas 30 publicações, mais de metade não têm operação digital, são publicações que correm o risco de desaparecer mesmo”, realçou João Palmeiro.
O presidente da Associação Portuguesa de Imprensa admitiu não ter um exacto de trabalhadores envolvidos nestas 30 publicações, mas referiu que “no mínimo, estarão envolvidas cerca de 150 pessoas”, excluindo os colaboradores à peça ou a título voluntário.
A grande dificuldade da imprensa regional prende-se naturalmente com a publicidade que, em muitos casos, desapareceu. “Os grandes anunciantes da imprensa regional são aqueles que foram obrigados a fechar pela pandemia. Nem há aqui uma questão de queriam ou não queriam. Foram obrigados. Infelizmente, a única atividade da imprensa regional que não desapareceu foram os obituários”, afirmou João Palmeiro.
E acrescentou que “a associação tem estado em contacto com o governo desde 25 de março, mas ainda não há uma resposta concreta”.
