Foi publicado ontem, 2 de Abril, em Diário da República, o anúncio da classificação do edifício da antiga seca do bacalhau de Vila do Conde e estendais adjacentes como Conjunto de Interesse Municipal.
O Município de Vila do Conde está a projectar para aquele espaço o Centro Artes Náuticas (CAN), um centro interpretativo relacionado com a construção naval de madeira, onde vai ser dado ênfase ao ‘saber fazer’ de uma das mais importantes matrizes identitárias do Vila do Conde.
Este projecto prevê o estabelecimento de uma relação estreita com os estaleiros navais vilacondenses, com as comunidades educativas (nacionais e estrangeiras), com instituições de formação profissional e com associações locais. Este espaço vai funcionar numa lógica de complementaridade com os museus já existentes no concelho.
Refira-se ainda que o Centro Artes Náuticas está a ser candidatado aos EEA Grants, um mecanismo de financiamento plurianual, criado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, como reforço das relações económicas e comerciais com a União Europeia, permitindo o acesso ao Espaço Económico Europeu.
O edifício agora classificado é o que restou do núcleo de armazéns destinados à Seca do Bacalhau, tendo como última denominação ‘Organizações Taveira da Mota, Guimarães Cardoso e Cª Lda’. Foi mandado edificar em 1958 e sofreu diversos acrescentos, até assumir a forma actual em 1966. No exterior ainda são visíveis parte dos estendais onde se procedia à seca do bacalhau.
Em nota informativa, a Câmara Municipal sublinha que “este edifício não pode ser dissociado da arte da construção naval de Vila do Conde, em virtude de também ter sido utilizado como Sala do Risco. Nos seus amplos salões executou-se o risco de grandes embarcações ligadas à pesca do bacalhau, até à década de 1920 e, posteriormente, arrastões e traineiras de madeira.
