Em 2023, o Prémio Literário Manuel de Boaventura, instituído pelo Município de Esposende com o intuito de homenagear e divulgar este escritor e homem de cultura esposendense, apresenta-se com alterações ao regulamento, documento recentemente aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipal de Esposende e posteriormente publicado em Diário da República.
Assim, a quarta edição do Prémio Literário admitirá a concurso obras editadas em livro, em língua portuguesa, cuja primeira edição tenha ocorrido durante os anos de 2021 e 2022, sendo que o prazo de candidatura decorrerá entre 1 e 31 de janeiro de 2023.
Mantém-se a periodicidade bienal e o valor pecuniário de 7 500 euros, abrangendo a modalidade da criação narrativa de Romance ou de Conto, da autoria de escritores de língua portuguesa, maiores de 18 anos.
Ainda de acordo com o regulamento, a avaliação das obras a concurso caberá a um júri constituído por dois críticos literários de reconhecido mérito académico e por um representante da Câmara Municipal de Esposende.
Os concorrentes deverão enviar as obras literárias enviadas via CTT, com registo e aviso de receção, para o endereço: Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, Rua Dr. José M. Oliveira, 4740-265 Esposende. Para mais informações deverá ser consultado o regulamento disponível online, no site do Município: https://www.municipio.esposende.pt/admin/editor/pages/980/editor.
Na primeira edição, em 2017, o Prémio foi atribuído à escritora Ana Margarida de Carvalho pela obra “Não se pode morar nos olhos de um gato”, em 2019, foi a Filipa Martins, pelo livro “Na Memória dos Rouxinóis” e, em 2021, ao escritor moçambicano Mia Couto, com o romance “O Mapeador de Ausências”, obras que integram o espólio bibliográfico da Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura.
Natural de Vila Chã, onde nasceu em 1885, Manuel Joaquim de Boaventura fixou residência, em 1906, na freguesia de Palmeira de Faro, onde escreveu toda a sua obra literária, composta por dezenas de títulos e uma notável colaboração jornalística nas principais revistas e jornais nacionais. A sua paixão pela cultura local, pelos hábitos e costumes do Minho, pelo linguarejar típico, levaram-no a coligir e publicar, entre outras, uma extraordinária obra, Vocabulário Minhoto. Nos seus romances e contos, reconhece-se a escrita da terra, os vocábulos lugareiros, as romarias e festas, o mundo maravilhoso de lendas, bruxas, gnomos, lobisomens, fadas e diabos, a narrativa humorística e emotiva dos costumes e paisagens de Entre Douro e Minho, especialmente o seu “terrunho” natal. Manuel de Boaventura faleceu a 25 de abril de 1973, em Esposende.