Voz da Póvoa
 
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Vila do Conde Celebra a Tradicional Feira dos Vinte

Vila do Conde Celebra a Tradicional Feira dos Vinte

Vila do Conde | 13 Janeiro 2023


 
A tradição ainda é o que era porque o presente continua a buscar no passado e a dar-lhe futuro. A “Feira dos Vinte” ou "Feira Grande de Janeiro" que se celebra na Praça de São João, entre as 10h00 e as 16h00, no dia 20 de Janeiro, é bem exemplo disso. Mas há mais, o Centro de Memória acolhe, até ao dia 19 de Janeiro, a exposição com todas as colheres decoradas pelos alunos das escolas e utentes de Instituições do concelho de Vila do Conde, uma arte que se repete anualmente.

No dia 20 de janeiro, sexta-feira, na Praça de São João, as colheres de pau decoradas com mensagens de amor estarão à venda pelos estudantes da Escola EB 2/3 Júlio Saúl Dias de Vila do Conde e haverá também animação com a participação de grupos musicais e encenações históricas de recriação da época. Esta é uma boa oportunidade para passar por lá.

Um pouco de história faz sempre bem: Este evento retrata uma feira secular de grande tradição que conjuntamente com a feira de 3 de Agosto constituíam as duas feiras francas de Vila do Conde. A estas feiras ocorriam rapazes e raparigas que aproveitavam a ocasião para “travar conhecimentos e amizades” com essas conversas a decorrerem muitas vezes em rimas, passando esta Feira Grande de Janeiro a ser também designada por “Feira dos Namorados”.

De realçar a importância da participação das escolas, entre elas as do 1º ciclo, e das Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho de Vila do Conde na manutenção desta tradição secular. 

Como habitualmente, o comércio local participa na iniciativa, decorando as suas montras com colheres de pau e quadras alusivas à temática.

A Exposição das colheres de Pau no Centro de Memória pode ser visitada até quinta-feira, dia 19 de janeiro, no seguinte horário: de segunda a domingo das 10h00 às 18h00 (ao sábado e domingo encerra das 13h00 às 14h30).

Escolas convidadas

• Escola Secundária José Régio
• Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches
• Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
• Agrupamento de Escolas Dr. Carlos Pinto Ferreira
• Agrupamento de Escolas D. Pedro IV

Instituições seniores convidadas

• Associação de Proteção à Terceira Idade "A.F. Vila Cova"
• Associação de Solidariedade Social "O Tecto"
• Associação de Solidariedade Social de Mosteiró
• Associação de Solidariedade Social de Vila Chã "Terramar"
• Associação de Solidariedade Social Santa Cristina de Malta "Sancris"
• Centro de Convívio Sénior da Junta de Freguesia de Gião
• Centro de Convívio Sénior da União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada
• Centro Social da Paróquia da Junqueira
• Centro Social da Paróquia de Labruge
• Centro Social da Paróquia de Mindelo
• Centro Social da Paróquia de Touguinha
• Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde
• Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Vila do Conde

Conhecer não ocupa lugar, por isso fique com o enquadramento histórico da Feira Grande de janeiro.

A instituição da “Feira dos Vinte” recua no tempo, levando-nos até 1704, ano em que D. Pedro II, na sequência de uma solicitação das gentes de Vila do Conde, emite um alvará régio instituindo a Feira Franca de Santo Amaro, a realizar ao dia 20 de cada mês.

Às feiras acorriam lavradores, rapazes e raparigas das freguesias vizinhas, com os seus trajes de festa, bem como comerciantes de locais mais distantes, onde, para além das trocas comerciais, se trocavam também olhares e palavras galanteadoras... Com o passar dos anos, as feiras foram perdendo algum esplendor, no entanto o seu carácter socializante havia de permanecer, já que era um local privilegiado para travar “conhecimentos”, onde as conversas decorriam muitas vezes em rimas e onde as raparigas contabilizavam os rapazes com quem tinham namoriscado, o que acabaria por criar a designação da “Feira dos Namorados”.

As colheres de pau eram o “meio de transporte”, das mensagens apaixonadas que o rapaz oferecia à rapariga com quem mais simpatizasse e que num passado não muito distante, foram pretexto para começar namoros e amores. Passaram os tempos de pedir namoro em verso, mas os alunos das escolas do concelho, todos os anos, recriam esta tradição e, dando largas à imaginação, decoram e «transformam» as modestas colheres de pau em pequenas obras de arte, que posteriormente são vendidas na Feira Grande de Janeiro.

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