A Autarquia de Vila do Conde liderada por Eliza Ferraz, que destronou nas últimas eleições o PS, com a NAU – Nós Avançamos Unidos, vem em comunicado informar que, “em reunião da Assembleia Municipal, realizada no passado dia 8 de Outubro, deputados e autarcas das bancadas do PS e PSD votaram contra a proposta da Câmara Municipal que prevê a recuperação do antigo Edifício da Seca do Bacalhau, reconvertendo-o em Centro de Artes Náuticas onde se preservaria a arte ancestral da construção naval em madeira e a manutenção dos esteios onde se levava a cabo a secagem do bacalhau”.
Ainda segundo o comunicado: “Esta proposta de valorização do edifício da Seca do Bacalhau necessitava que em Assembleia Municipal se votasse a favor da revogação do anterior plano, onde, precisamente naquele local, estava prevista a instalação de uma bomba de gasolina, que destruía este património histórico”.
Pode ler-se ainda que: “Perante a ausência de uma justificação sólida e numa atitude incompreensível e irresponsável face ao valor patrimonial, cultural, histórico e sentimental que está em causa, vem a Câmara Municipal manifestar o seu repúdio e indignação pelo ocorrido e garantir perante todos que não desistirá de levar por diante aquilo que os vilacondenses esperam ver para a sua cidade – memória identitária, respeito pelos seus antepassados e pela sua história”.
Ainda na mesma reunião da Assembleia Municipal, “deputados e autarcas das bancadas do PS e PSD votaram contra a repartição plurianual de despesa para a construção de uma ponte pedo-ciclável sobre o rio Ave, colocando em risco o financiamento já aprovado, no valor de 2 Milhões de Euros”.
Esta obra, a construir no âmbito do PEDU, “permite a ligação pedonal e ciclável (modos suaves) entre o extremo norte do concelho (limite com a Póvoa de Varzim) e o extremo sul (limite com Matosinhos). Garante também que o Núcleo Antigo de Vila do Conde e Azurara, que estão integrados e que se materializa numa mancha única, possa ser percorrido, todo ele, a pé ou de bicicleta. A aprovação da repartição plurianual da despesa é competência da Assembleia Municipal, enquanto entidade fiscalizadora da atividade do executivo municipal, e tem merecido, invariavelmente, a sua aprovação”.
E o comunicado acrescenta: “Estranha-se, por isso, que as forças políticas que representam a oposição naquele organismo, em fevereiro deste mesmo ano de 2020, que garantiram a aprovação do Relevante Interesse Público Municipal na construção daquela ponte sobre o rio Ave, tenham agora impedido que ela se possa levar a efeito, votando contra o procedimento administrativo que a lei impõe”.
E conclui: “Lamenta-se a falta de paixão pelo património de Vila do Conde e não se compreende que, em desrespeito pela defesa dos interesses dos vilacondenses, se canalize para outros municípios - quem sabe aqui bem próximos - verbas comunitárias destinadas à valorização e desenvolvimento do nosso concelho”.