Voz da Póvoa
 
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Fotografias de Mário Martins “De Passagem” por Moçambique

Fotografias de Mário Martins “De Passagem” por Moçambique

Vila do Conde | 3 Abril 2024

 

A exposição De Passagem – Moçambique 1970 – 1973, fotografias de Mário Martins apresenta-se na Casa Antero de Quental, Vila do Conde, entre 6 de Abril e 31 de Maio, como um ensaio visual sobre a experiência da Guerra Colonial, surgindo na sequência da publicação homónima, apresentada em 2022 na Biblioteca Municipal de Vila do Conde, com o apoio do Município, da Associação 25 de Abril e do Museu da Guerra Colonial, reunindo contributos da antropóloga e investigadora Maria José Lobo Antunes e do Capitão de Abril e historiador Aniceto Afonso.

África de passagem, Moçambique 1970 – 1973. Como milhares de portugueses, Mário Martins foi chamado para a Guerra Colonial em 1970, mobilizado contra a sua vontade. Esteve em Moçambique numa companhia de intervenção independente, em operações no Niassa, Zambézia e Tete. Entre as agruras da guerra, do isolamento, das operações, encontrou um mundo fascinante de paisagens luminosas e de olhares intensos, que nunca deixavam de sorrir. E que o prenderam num objectivo: fixá-los. De arma em punho e máquina a tiracolo, foi capturando esses momentos singulares, seguindo o acaso dos acontecimentos, motivado pela expressão humana, pelo estado de espírito e pela condição social. Mostram-se agora esses registos visuais, para que a memória não se perca. Um testemunho simples de um momento da história, sem pretensões; o epílogo desta passagem.

“Não se trata de um soldado que fotógrafa (ou deixa que o fotografem em recordações visuais), mas sim de um fotógrafo que perscruta a condição militar temporária e o novo território em que se encontra. [...] O cuidado pessoal e técnico colocado nestas composições revela o segundo aspeto notável desta coleção: a resistência visual ao regime e ao colonialismo. [...] Em terceiro e último lugar, resulta de anos de revisitação e reflexão. [...] Cinquenta anos após o embarque no Niassa rumo a Nacala, este livro oferece um ensaio visual sobre a experiência da Guerra Colonial. É esse o convite que nos faz: o de descobrir e explorar o rasto de uma passagem por Moçambique que permanece viva nestas páginas.” — Maria José Lobo Antunes, antropóloga e investigadora 

“Cada fotografia coloca-nos perante quadros repetidos de experiências que sobrevivem em nós, enquanto participantes do mesmo tempo e do mesmo ambiente. Lembra-nos uma vivência que se atravessou no nosso caminho, sem que a desejássemos ou a tivéssemos escolhido. [...] Nós só temos de as apreciar e de refletir sobre o mundo que elas representam e que hoje reclama a nossa solidariedade.” — Aniceto Afonso, Capitão de Abril e historiador.

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