Voz da Póvoa
 
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Faça Chuva ou faça Sol o Judas Arde em Vila do Conde

Faça Chuva ou faça Sol o Judas Arde em Vila do Conde

Vila do Conde | 23 Abril 2025

 

Como antecipou a actriz Rock Pires aos microfones da RTP, “com chuva ou sem chuva, o judas vai arder”, e ardeu mesmo. A Queima do Judas celebrou 20 edições, com revisitações dos momentos mais icónicos desta velha tradição vilacondense. Num percurso que teve início junto à antiga Seca do Bacalhau, onde um edifício emblemático, classificado de interesse municipal, guarda no seu interior o que sobra de uma exposição organizada pelo Núcleo de Arte Urbana (N.A.U.) em 2012, e finalizou na Praça D. João II. Como a memória é curta e o registo é longo, no edifício da seca do bacalhau é ainda possível ver nas paredes exteriores um imenso moral saído das mãos da eterna Isabel Lhano, sobre o laborioso trabalho das mulheres temperadas pelo sal do resultado de muitas fainas nos mares do Norte, pelos milhares de anónimos que se tornaram as personagens principais da epopeia dos humildes.

Creio que o tempo nos torna mais preguiçosos para procurar outros elogios, por isso, me socorri de mim mesmo para dizer que "Importa agora olhar o acontecido e confirmar a Queima ‘Voadora’ do Judas, em Vila do Conde, como um dos maiores eventos da época, pela intemporalidade do clássico da coisa, pelo modernismo criativo, por todos os intervenientes, actores, músicos, dançarinos, coreógrafos, encenadores, pintores, carpinteiros, sapateiros, costureiros ou outras que esqueci, sendo que, qualquer das referências pode ser feminina." Tudo isto se deve a uma Nuvem Voadora.

Por José Peixoto

Fotos: CMVc

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