Arrancou no dia 20 de Setembro, a 21ª edição do Circular Festival de Artes Performativas de Vila do Conde com destaque para a estreia nacional MOS, Ioanna Paraskevopoulou no Auditório Municipal, um aplaudido espectáculo de dança.
Também não menos interessante “Quando os Anjos Falam de Amor” em estreia absoluta acontece na casa das pessoas que se interessaram pela novidade apresentada, inscrevendo-se antecipadamente. Entre 23 e 27 de Setembro, os actores Henrique Furtado Vieira, Catarina Vieira, Leonor Mendes e Sérgio Diogo Matias apresentam uma performance-ritual, através de uma visita a famílias e constelações afectivas, para invocar outras formas possíveis de cuidado, cruzando gestos íntimos e escuta colectiva, para eleger o amor como prática transformadora. Esta foi uma iniciativa do Circular, em parceria com o Temps d’Images e o Asta – Teatro e Outras Artes.
O Festival aposta mais uma vez em propostas de criadores nacionais e internacionais, onde estreias absolutas e nacionais vão acontecer, num contexto multidisciplinar que cruza as áreas da dança, música, teatro, performance e pensamento narrativo, do movimento à interdisciplinaridade da arte, acontece até 27 de Setembro.
Na apresentação no Teatro Municipal de Vila do Conde, a directora artística do Festival, Dina Magalhães, referiu que no Circular haverá “questionamentos e olhares críticos favorecendo a reflexão sobre o contexto global cada vez mais desafiante, cada vez mais complexo. São várias as autorias artísticas e múltiplas as propostas que vamos oferecer para direccionarmos um olhar atento, para recentrarmos a nossa atenção perante a complexidade do mundo”. Durante uma semana dedicada às artes performativas “são diversas as propostas artísticas e as possibilidades de leituras que o público pode encontrar nesta edição do Festival”.
Por sua vez o Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Paulo Vasques, acrescentou que “este Festival permite não só aos vilacondenses assistirem a espectáculos únicos, como a pessoas de fora do concelho que são atraídas por este certame, que já é de âmbito nacional, pelo que a autarquia vê os apoios a este festival como um investimento na cultura, uma aposta para continuar”.
No próximo sábado, 27 de Setembro, será lançada mais uma edição do jornal Coreia, Teatro Municipal), uma publicação semestral fundada em 2019, com foco discursivo e experimental nas artes, especialmente articulada com a dança.
Pelas 21h00, na Igreja Matriz de Vila do Conde, uma produção musical no feminino destaca-se com ‘Leida’, de Mariana Dionísio, cantora, improvisadora e compositora, que questiona o papel da voz na tradição musical, e se faz acompanhar por Leonor Arnaut, Beatriz Nunes, Filipa Franco, Nazaré da Silva, João Neves, Hugo Henriques, Diogo Ferreira, a afirmação de um instrumento acústico a oito vozes, feito através da vontade de um gesto que vai chamando objectos numa orquestra parametrizada, plástica e emancipada.
À noite pelas 22h15, no Auditório Municipal, mais uma estreia absoluta de ‘orbital gesture’, de Raul Maia, coreógrafo, intérprete, pedagogo, criador sonoro e surfista, apresenta uma migração do skate da rua para o palco, num exercício quase hipnótico. E a encerrar a 21.ª edição do Circular, às 23h30, no Auditório Municipal, uma segunda proposta musical no feminino, com XEXA, uma jovem artista multidisciplinar afro-futurista, de ascendência são-tomense, que explora os campos da produção, sound design, programação e voz, na procura de novas sonoridades, híbridas, entre música tradicional africana e os sintetizadores.
Os espectáculos e actividades acontecem no Teatro Municipal, Auditório Municipal, Solar Galeria de Arte Cinemática e Igreja de Azurara. Várias actividades são de acesso gratuito e bilhetes combinados para os espetáculos. O Circular Festival é financiado pela Câmara Municipal de Vila do Conde e pela República Portuguesa / Cultura, Juventude e Desporto, Direcção-Geral das Artes.
Por: José Peixoto