Nasceu no auditório da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, ainda pela mão do Cineclube, não tarda e entre os dias 9 e 17 de julho, o Curtas Vila do Conde apresenta a sua 30ª edição, com um programa que vai projectar filmes em 30 lugares diferentes, incluindo freguesias do concelho por onde o Curtinhas dentro de uma sala de cinema itinerante, apresentar-se á ao público mais pequeno.
“Temos feito, nos últimos, anos várias retrospectivas em que vamos buscar alguns filmes marcantes da história do festival, convidamos também outras pessoas para olharem para essa história e programarem. Este ano, queríamos fazer uma coisa diferente e não voltar apenas a mostrar os filmes do passado. Surgiu essa iniciativa que percorre um pouco todas as secções do programa. A ideia é fazer o festival em 30 espaços diferentes, em alguns deles aproveitando para mostrar coisas novas e noutros revisitar algumas coisas que já fizemos no passado, como é o caso da ‘Obrigação’ de João Canijo, que foi realizado há 10 anos, uma produção do festival que depois deu origem à longa-metragem ‘É o Amor’ e que vai ser apresentado na sua versão original, mas que dura um pouco menos, uma hora”, disse Miguel Dias, Director do Festival.
A organização do Festival recebeu um número recorde de 5168 filmes oriundos de 123 países diferentes, que procuraram um lugar nas seis categorias/competições.
O festival volta a exibir um programa competitivo que compila descobertas, nomes consagrados e olhares atentos à nova geração de realizadores, alguns a sair das escolas de cinema. Integra ainda um programa especial desenvolvido para jovens e público familiar, Curtinhas e My Generation, a competição Take One! Segundo Miguel Dias, apresenta o melhor que foi produzido nas escolas de cinema nos últimos meses: “É uma secção que tem vindo a crescer em quantidade e em qualidade. Este ano, vão ser visionados 10 filmes. É uma oportunidade para seguir os primeiros passos daqueles que poderão ser os autores do cinema português no futuro. Isso já aconteceu antes. Alguns premiados desta competição, como por exemplo João Salavisa e Leonor Teles que hoje são nomes de referência do novo cinema português. A edição deste ano inclui a habitual colaboração com a ESMAD, uma escola sedeada em Vila do Conde, de áudio visual e media, onde apresentaremos alguns filmes produzidos no último ano lectivo e uma sessão bastante curiosa que partiu de uma proposta aos alunos dos mestrados dos cursos de cinema de ficção e documental, que passava por apresentar um trabalho relacionado com a 30ª edição do Curtas. Penso que será uma sessão bastante interessante”.
Adicionado ao programa Stereo, destaca-se a exibição de "Agora e Para Sempre", documentário sobre a história e percurso dos Da Weasel. Este ano, a Competição Internacional destaca os novos filmes de Radu Jude, Antonin Peretjatko, Hlynur Pálmason, Yann Gonzalez e Tsai Ming-liang.
Fora dos programas competitivos, acontecem as estreias nacionais da secção Da Curta à Longa: "Fogo Fátuo" de João Pedro Rodrigues, "O Joelho de Ahed" de Nadav Lapid e "Saudade do Futuro" de Anna Azevedo Gomes. Os três realizadores estarão em Vila do Conde para apresentarem as sessões e conversarem com o público.
Em foco, na secção New Voices estará a realizadora francesa Céline Devaux, num programa que integra "Toda a Gente Gosta de Jeanne", coprodução portuguesa que estreou na última edição do festival de Cannes, rodada em Lisboa.
Quem também esteve na apresentação do Curtas foi o vereador da Cultura, Paulo Vasques, que reafirmou o compromisso da Câmara de Vila do Conde, em apoiar o Festival de Curtas Vila do Conde.
