A um passo das duas décadas, a 19.ª edição do Circular - Festival de Artes Performativas, apresenta-se entre os dias 22 e 30 de Setembro, em Vila do Conde, com um programa absolutamente virado para a arte do sentir e dos sentidos. O público é convidado a assistir, mas também a partilhar com os artistas o palco e as ideias.
Em nove dias, dez espectáculos. Três vezes dança, performance e música, e uma só vez teatro, cinema, lançamento de um livro, lançamento do jornal semestral e gratuito “Coreia”, e uma exposição. Também o número três mantem-se nos workshops. Há muitas apostas de palco interessantes, produções que pretendem surpreender, cruzando artes e gerações. A arte contemporânea tem no Circular um laboratório onde há lugar para a experimentação, mas também para a consagração, no caso, o muito solicitado e destacado coreógrafo europeu, francês Christian Rizzom que estará na abertura do Festival com “En son lieu”, no Teatro Municipal. Trata-se de uma dança hip hop de raiz urbana e a natureza viva em contraponto interpretada por Nicolas Fayol.
Para o Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Paulo Vasques, o festival que conhece bem, “está solidificado, absolutamente firmado e desbrava o território das artes experimentais e da criação contemporânea, numa semana que, estou certo, trará a Vila do Conde propostas que farão o público pensar, conhecer novos autores, outros já conhecidos e que são nomes maiores”.
Felicitou também todas as entidades que “se associam a este projecto e dizer, acima de tudo, que a Câmara Municipal continuará a acompanhar com muita atenção o trabalho desenvolvido pela Circular, quer no seu evento matriz que é este festival, mas também das diversas actividades que ao longo do ano vão acontecendo, no âmbito da criação de Públicos, de apoios aos criadores contemporâneos, na relação com outras entidades artísticas sediadas no concelho, um trabalho mais invisível, mas que a Câmara muito valoriza”.
Dina Magalhães, directora do Circular, reconhece que a actualidade acaba por ser tema em vários espectáculos, mas “nós desde sempre partimos das vozes autorais dos artistas, trabalhamos sempre muito próximo e com muita atenção junto de artistas e naturalmente que as suas autorias trazem todas essas questões e inquietações, de formas e temáticas muito diversas, daí espelhar-se e reflectir-se no programa. As temáticas são muito abrangentes, assim como abrangentes são as linguagens artísticas, a forma como cada uma se manifesta, são também muito distintas. O concerto de música experimental terá uma temática com uma proposta mais política, que abrange as questões de identidade muito levantadas pela dança contemporânea. Nós não definimos temáticas à partida, mas elas são trazidas pelos artistas que convidamos”.
Para se chegar ao festival, à sua programação, há um longo percurso a percorrer: “Naturalmente, vamos seguindo os percursos de vários artistas, vendo as suas obras, mantendo um estreito diálogo e estando atentos também às múltiplas formas de manifestação das artes performativas. Sendo um festival multidisciplinar, tanto o teatro, como a performance, a música ou a dança, são artes que nos interessam. Alargamos também ao cinema que não sendo uma arte performativa, acontece no festival com uma certa ligação”. Segundo a programadora do festival, a pretensão é “abrir o leque de temáticas e não nos encerrar em blocos fechados. Gostamos também de ser surpreendidos pelos conteúdos mais ou menos desalinhados dos artistas e cremos que essa poderá ser uma mais-valia para o festival”.
Circular em liberdade, com a mesma liberdade lhe propomos que procure saber a programação do Circular - Festival de Artes Performativas, evento apoiado pela Câmara Municipal de Vila do Conde e Direcção-Geral das Artes, conhecer as suas parcerias, e escolher os espectáculos que pretende ver, ouvir e sentir.
programa_
Por: José Peixoto
