Em comunicado a Iniciativa liberal informa que é contra a criação da Taxa Turística. E acrescenta que “não é com mais impostos que se dinamiza o turismo!”
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim anunciou a intenção da criação de uma ‘Taxa Turística’ de 1,5€ por noite, até sete noites por estadia, aos turistas que durmam nos hotéis ou alojamentos locais do concelho. Para a Iniciativa Liberal, “uma taxa pressupõe uma contraprestação, pelo pagamento da mesma. Nesta situação não existe qualquer serviço prestado, trata-se de um imposto. Isto, depois de o Sr. Presidente da Câmara ter anunciado que não aumentaria impostos aos Poveiros”.
Segundo o Registo Nacional de Turismo (RNT), estão registados, no Concelho, 11 empreendimentos turísticos e 294 Alojamentos Locais (AL).
“Numa pesquisa rápida na internet verificamos que, no mês de agosto (época alta), num hotel de 4 estrelas, o preço médio por noite é de 144€ – a taxa representa cerca de 1,04%, já para um AL é, em média, 50€/noite – 3% do valor. Em época baixa, a mesma simulação revela que o mesmo hotel tem um preço de 64€ e uma cama num AL tem um valor de cerca de 15€, o que corresponde a 2,5% e a 10% do preço respetivamente”, revela a IL.
E acrescenta: “O Turismo, um dos setores mais importantes para o Concelho e para a estratégia política do atual Executivo, como demonstram os investimentos feitos – acrescido dos mediaticamente anunciados, foi um dos setores mais afetados, pela situação provocada pela Pandemia. Em 2019, no Concelho da Póvoa, foram registadas 491,3 dormidas por 100 habitantes (total de 243.856 dormidas), caindo, em 2020, para 182,4/100hab (total de 103.723) e, em 2021, para 254,5/100hab (total de 145.821). Números que revelam a magnitude do impacto no sector, sendo o AL o modelo mais impactado economicamente, registaram-se, em 2021, cerca de 161.872 dormidas em AL e 145.821 em hotéis. Visto que as grandes cadeias deverão ter capacidade para absorver o impacto e não o refletir no preço, os AL poderão necessitar de aumentar os preços, ou diminuir a sua margem de lucro para não perder competitividade relativamente a mercados de alojamento de concelhos vizinhos”.
A IL vai mais longe: “Argumenta-se que os turistas acarretam um aumento de custos para a cidade, com a sua presença, criando-se a necessidade de aumentar as verbas para fazer face a essa despesa. Mas, os turistas consomem nos negócios do concelho, fomentando o emprego, o surgimento de mais empresas e mais dinâmica. Uma dinâmica em que o alojamento temporário é, desde tempos imemoriais, uma fonte de renda complementar importante para muitas famílias Poveiras. Hoje, os moldes do negócio modernizaram-se e adaptaram-se às exigências dos mercados modernos. Houve muitos e variados investimentos privados que, além de agregar valor à capacidade hoteleira do Concelho, trouxeram novas dinâmicas importantes para o tecido empresarial Poveiro”.
A Taxa Turística é “uma medida penalizadora para os investidores, agora que o mercado dá sinais de recuperação, surge uma distorção inesperada provocada por um novo encargo. É incompreensível que o setor, aparentemente, mais valorizado pela ação e comunicação do executivo, seja o mais penalizado pelo seu próprio sucesso sob o pretexto de utilização das verbas arrecadadas na dinamização do turismo”.
Para a Iniciativa Liberal, “não é com mais impostos que se dinamiza o turismo!”