“Fomos alertados através de uma comunicação (Exposição feita ao Município pela Sociedade de Tiro do Porto) que haveria utilizações não consentâneas com o contrato-programa que existia com o Clube de Tiro, e determinei a vistoria por parte de técnicos do município. Para espanto nosso, verificámos que tinha sido completamente adulterado o uso do campo de tiro, onde estava a funcionar uma fábrica no seu interior e o uso dos diversos espaços estavam condicionados por isso. Perante esta situação, foi feito um relatório pelos serviços o que determinou, por decisão da Câmara, a revogação desse contrato de comodato”, que mantinha com o Clube de Tiro de S. Pedro de Rates, disse no final da Reunião de Câmara do dia 9 de Maio, o Presidente Aires Pereira.
Acrescentando: “Iremos tomar as diligências necessárias com vista, primeiro, à reposição das instalações, porque o relatório é muito alarmante relativamente ao estado em que está o património público e, logo de seguida, havemos com certeza de arranjar uma solução para a exploração do espaço”, que foi considerado “um dos melhores, senão o melhor campo de tiro da Europa, hoje transformado num espaço completamente abandonado, sob o ponto de vista daquilo que é a sua actividade. Haverá que tirar responsabilidades e ver como é que vamos ultrapassar esta questão”.
Os órgãos de gestão no Clube de Tiro, incluíam dois representantes da Câmara que, segundo Aires Pereira, foram contactados pelo município para esclarecerem a sua situação, “um respondeu, o outro não respondeu, dizendo que desde Dezembro de 2021 tinha cessado funções no clube, embora não nos tivesse dado conhecimento disso na altura, como era natural que o tivesse feito”. E Aires Pereira conclui: “Naturalmente, haverá aqui responsabilidades. Iremos apurá-las até às últimas consequências”.
Sobre a exposição da Sociedade de Tiro do Porto, entidade que teria funções protocoladas com o Clube de Tiro de S. Pedro de Rates para a utilização do equipamento, João Trocado não duvida que se trata de uma “denúncia de que o equipamento não está a ser usado para os fins protocolados”. O Vereador do PS lembrou que “há muitos anos que não tem havido competições no equipamento, também não terá havido eleições para eleger os órgãos sociais, presume-se que se mantêm os órgão anteriores. A Câmara tem o direito ao abrigo deste protocolo de nomear um vice-presidente e um elemento para o conselho fiscal, ambos dizem que não têm responsabilidade porque o seu mandato já terminou.
Perante a denúncia de que há uma utilização abusiva do equipamento, para João Trocado “poderá haver aqui matéria criminal, uma vez que estamos a falar de bens públicos e não só. Antevemos que possa haver responsabilidade de diversa ordem por parte de vários agentes. E a nossa preocupação como membros do executivo, embora sem pelouros e sem estarmos a tempo inteiro, tem a ver com a correcta acção por parte da Câmara no sentido de repor o uso do equipamento para aquilo que é devido, e colaborar com as entidades que possam ter responsabilidade nesta matéria o mais possível. É um assunto que nós vamos acompanhando a partir de agora”.
O Socialista alerta que a ideia não é “trabalhar para rentabilizar o equipamento, mas para lhe dar um fim público. O tiro é um desporto olímpico e Portugal tem uma certa tradição”. Lembrando que “a Póvoa tem tudo o que precisa para explorar um equipamento que pode acrescentar qualidade à prática deste desporto, talvez até criar um núcleo de praticantes, não para o fim recreativo de dar tiros aos animais, mas para praticar tiro aos pratos. As forças de segurança também precisam fazer formações em campos de tiro e a Câmara poderá rentabilizar o espaço, e quiçá até outras actividades que possam aproveitar bem aquele equipamento que está sem uso há muito tempo. Se calhar hoje é o primeiro passo para realmente dar um destino diferente”.
Ainda durante a Reunião de Câmara, foram aprovados apoios sociais à Fábrica da Igreja de Santa Eulália de Balasar, para a construção da Capela Mortuária, assim como à Beneficente e à Cerca com quem a Câmara estabeleceu um protocolo para recolha de animais, tratamento, vacinação e esterilização.
Relacionado com a renovação dos equipamentos dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, foi atribuído um apoio de 336 mil euros, para a aquisição de uma viatura de combate a fogo urbano. Foram assinados também contratos programa com as associações Nós da Dança e Dance Studio.
Dado o pontapé de saída para as festas de São Pedro com os ensaios das rusgas, o Executivo Municipal aprovou a atribuição de subsídios num total de 194 mil euros, a todas as associações envolvidas: Associação Desportiva e Recreativa Académico de Belém, Centro de Desporto e Cultura Juvenorte, Associação Cultural e Recreativa da Matriz, Associação Cultural e Desportiva da Mariadeira, Leões da Lapa Futebol Clube, Grupo Recreativo de Regufe, Fábrica da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, e ao MAPADI. “Houve aqui uma correcção que, derivado do aumento dos custos relativos à energia, e a tudo aquilo que são os gastos que eles têm, acrescentámos cerca de 2.500 euros a cada um”, esclareceu Aires Pereira.
Restante notícia na próxima edição em Papel