Voz da Póvoa
 
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BE Questiona Governo Sobre Nova Derrocada na Praia de Aguçadoura

BE Questiona Governo Sobre Nova Derrocada na Praia de Aguçadoura

Política | 7 Outubro 2022

 

O Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim informa que “teve conhecimento de uma derrocada, junto às escadarias de acesso à praia de Aguçadoura, entre o centro de saúde local e a rua da Marginal do Fieiro, na marginal da Vila de Aguçadoura, na União das Freguesias de Aguçadoura e Navais, no concelho da Póvoa de Varzim”.

O Bloco faz uma viagem pelo acontecido na praia de Aguçadoura tendo o mar como interveniente, fruto das alterações climáticas que tem provocado a degradação da orla costeira, mas também para o remedar sem nunca fazer a obra necessária.

A primeira derrocada neste local é datada em dezembro de 2008, a obra de recuperação e reparação do muro e escadaria teve a responsabilidade da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). A obra teve início em meados de 2009.

Em janeiro de 2015, no mesmo local, a marginal assistiu a uma nova derrocada que levou ao desabamento de 30 metros de muro, passeio e escadas. Em agosto de 2016 a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), investiu 150 mil euros na obra de recuperação da marginal através do assentamento de micro estacas.

No corrente ano de 2022, no mês de março, uma nova derrocada obrigou ao corte da marginal numa extensão de 200 metros. A 14 de junho, a APA e a empresa de construção assinaram o ato de consignação da empreitada de proteção das fundações do paramento vertical de sustentação da Avenida da Marginal de Aguçadoura. Segundo o base.gov o preço base da empreitada foi orçamentado em 60.700.00EUR mais iva.

O vice-presidente da APA afirmou à comunicação social que "é uma obra quase de conservação e manutenção de uma obra que fizemos em 2015 que resistiu muito bem". Salientou que se trata de "uma zona que está muito exposta à ação do mar, identificada como vulnerável. Assim sendo, no projeto foi desenvolvida uma solução que é estruturante e robusta. Estamos confiantes que dará uma resposta muito positiva e eficaz para, de uma vez por todas, a marginal ficar consolidada e protegida da ação do mar". Em agosto a obra estava finalizada.

Recentemente, mês e meio após a conclusão da obra na marginal da Vila de Aguçadoura, parte da marginal, junto às escadas de acesso à praia ruiu, como se pode observar nas fotos.

Para o Bloco, na orla costeira, as medidas de adaptação aos efeitos da crise climática devem ser delineadas com o intuito de proteger e recuperar os sistemas que melhor salvaguardam as populações costeiras do avanço do mar. Não é suficiente a garantia de que as grandes obras de engenharia, com grandes custos sociais e económicos, irão resolver os problemas que a população da Vila de Aguçadoura enfrenta. Urge uma intervenção imediata que resolva a questão dos aluimentos na marginal, mas também é necessária uma outra abordagem sistémica ao modelo de economia que permita mitigar os impactos da subida do mar.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda deu entrada, no Parlamento, de perguntas ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, sobre a recente derrocada na marginal de Aguçadoura. O quer saber se o Governo tem conhecimento da situação, qual é a explicação que após mês e meio da conclusão das obras na marginal, da responsabilidade da APA, já tenha ocorrido nova derrocada. Os deputados do Bloco querem conhecer os estudos que justificaram a empreitada, os efeitos e impactos que estavam previstos.

Por fim, o Bloco questiona se o o governo realizar novas obras de recuperação da marginal e qual o prazo.

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