O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda entregou, na terça-feira, na Assembleia da República uma pergunta ao Governo acerca dos estragos causados pelo mau tempo em explorações agrícolas na Póvoa de Varzim.
O mau tempo verificado às primeiras horas do dia 1 de janeiro de 2023, com a intensa pluviosidade e vento forte provocaram avultados estragos na agricultura e hortifruticultura nas freguesias de Terroso, Aguçadoura, Navais e Estela, no concelho da Póvoa de Varzim, que se agravou no sábado passado.
A Horpozim - Associação Empresarial Hortícola, associação com mais de 600 associados repartidos pelos concelhos Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, afirma através do seu presidente, “que os estragos foram enormes, com estufas destruídas, plásticos arrancados e campos alagados comprometendo a maioria da produção de horticultura”.
A agricultura no concelho da Póvoa de Varzim é a principal atividade de milhares de pessoas, são mais de duas mil explorações hortícolas distribuídas por cerca de dois mil hectares. O microclima formado entre os rios Cávado e Ave, as condições do solo e as temperaturas amenas proporcionam que este território tenha uma considerável produção de hortícolas.
A intempérie que se verificou no primeiro dia do ano, com consequências diretas para a destruição de grande parte da cultura, veio agravar substancialmente as condições económicas e financeiras dos agricultores e horticultores, que já estavam numa situação gravíssima devido ao aumento dos combustíveis e fertilizantes. Já em abril de 2022 estiveram em protesto a exigir uma melhor distribuição do preço dos produtos e pelo aumento dos custos de produção. Lembramos que grande parte das explorações não tem qualquer seguro.
O Bloco de Esquerda diz estar “solidário como os produtores afetados e considera fundamental o apoio por parte do ministério da agricultura e alimentação a estes produtores e que possam com a maior celeridade possível serem compensados pelas perdas avultadas e assim voltar à sua atividade”.
Os deputados do Bloco pretendem saber se “o Governo tem conhecimento sobre esta matéria e que medidas pensa o Ministério tomar para garantir a prossecução da atividade destes produtores agrícolas”.
Por fim, o grupo parlamenta pergunta se “o ministério da agricultura já efetuou o levantamento dos prejuízos provocado pela intempérie do dia 1 de janeiro e qual o prazo de atribuição dos apoios para os produtores afetados”.