Voz da Póvoa
 
...

Assembleia Municipal Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril

Assembleia Municipal Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril

Política | 2 Maio 2024

 

O dia da liberdade abriu as portas do Cine-Teatro Garrett para uma Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal Comemorativa do 50.º Aniversário do 25 de Abril. Na abertura da sessão foi interpretado o Hino Poveiro pelo coro Capela Marta.

Seguiu-se a intervenção do Presidente da Assembleia Municipal, Afonso Pinhão Ferreira que aproveitou para saudar os presentes e confessar a felicidade que sentiu com “a mudança de regime para liberdade democrática”. Numa reflexão sobre o conceito de cidadania e a sua importância na defesa da democracia e da liberdade, referiu que “sendo a via que exalta a participação crítica, a cidadania é alta intervenção política já que objectiva a integração individual enquanto perspectiva a igualização social”. E lembrou que “o homem age melhor quanto maior for o seu conhecimento e a sua capacidade de comunicação, e age pior quanto mais ignorante e coagido for”.

Antes das palavras dos membros da Assembleia Municipal, foi tempo de ouvir a “Grândola, Vila Morena”, pelo Coro Pró-Música EMcanto, dirigido por Rui Silva.

O eleito pelo Bloco de Esquerda, Marco Mendonça, lembrou que “a história tem-nos comprovado a fragilidade dos sistemas democráticos e por isso a nossa missão é proteger e exigir as conquistas de Abril, sem dar descanso aos apologistas do ódio, do retrocesso, do estigma, aqueles que semeiam o medo para colher os seus frutos”.
 
Para António Teixeira, eleito pela Iniciativa Liberal, “devemos permanecer vigilantes contra qualquer ameaça à nossa liberdade e à nossa democracia, resistindo ao autoritarismo e à tirania em todas as suas formas. É preciso fortalecer as instituições democráticas, promover a transparência, a responsabilização e a participação social na gestão pública”.

José Carmo, membro da Assembleia eleito pelo CDS reconheceu que “há uma geração mais nova que quer mais, quer melhor, sobretudo quer diferente e não tem medo de o dizer. Compete assim aos políticos de hoje, sobretudo o bloco central, perceberem que apesar da liberdade aparente, regredimos de há uns anos a esta parte, no que à liberdade de pensamento e de agir diz respeito”.

Pela CDU, João Martins recordou que “durante a ditadura os presidentes de Câmara e regedores das Juntas de freguesia não eram eleitos, mas nomeados a olho pelo poder político corporativo do Estado Novo. As autarquias estavam sujeitas a uma tutela administrativa e não dispunham de receitas próprias já que eram financiadas por subsídios e comparticipações do poder central, sem obediência de qualquer critério de distribuição, sendo que o Presidente da Câmara assumia um mero papel de súbdito em relação à política imposta pelo regime”. 

Miguel Rios eleito pelo Chega, fez um paralelismo entre o antes e o depois: “Continua a haver censura, perseguição política, ditadura. Passados 50 anos acho que temos a obrigação de olhar para estas duas realidades, para estas duas sociedade e ir buscar a cada uma delas o que de bom cada uma teve”.

Diana Campos e Gonçalo Angeiras pelo PS repartiram o discurso: “O 25 de Abril fez-se da coragem dos jovens capitães, independentemente da sua origem ou classe social almejavam um futuro melhor do que aquele que os esperava, o da guerra Colonial. Por isso, estamos aqui hoje, dois jovens com idades diferentes, um do centro da cidade, outro de uma freguesia mais rural em representação de todos os poveiros que almejam um futuro melhor”. Já para Gonçalo Angeiras é preciso “garantir que os valores de Abril não passam de prazo até porque a liberdade, a igualdade e a fraternidade são valores intemporais”. 

Por sua vez, João Magalhães, eleito pelo PSD, alertou para a defesa intransigente das liberdades de Abril: “Assim como as correntes podem ser quebradas também a liberdade pode ser ameaçada por forças que procuram impor a sua vontade sobre a vontade do povo. Basta uma negligência, um descuido para que os alicerces da liberdade comecem a ruir deixando espaço para a tirania se instalar”.

Seguiu-se um momento poético e de poesia na voz de Aurelino Costa, ao som da guitarra de Carlos Costa. 

No encerramento da sessão, o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, sublinhou que "a qualidade da Cidadania é a qualidade da Democracia. É isso que, como democrata me conforta, a Democracia está bem viva na Póvoa de Varzim". O Edil chamou a atenção de que, “em democracia, os grandes combates não devem colocar-nos uns contra os outros. Devem é unir-nos todos em torno das grandes causas que temos pela frente, a pobreza, a incultura, o atraso económico, a reforma do Estado e da nossa organização comunitária”. E rematou: “A nossa democracia tem 50 anos, uma boa idade para se repensar a sério, para nos obrigar a reflectir sobre os problemas reais que temos, no país, no nosso município, na freguesia de cada um de nós. A construção de um futuro com desenvolvimento e democracia é o único que corporiza os ideais de Abril. Viva o 25 de Abril, viva Portugal”.

O Hino Nacional interpretado pelo coro Capela Marta, dirigido por Tiago Pereira, encerrou a sessão e engrandeceu a liberdade. 

Por: José Peixoto

partilhar Facebook
Banner Publicitário