Voz da Póvoa
 
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Aprovados por Unanimidade todos os Pontos em Agenda

Aprovados por Unanimidade todos os Pontos em Agenda

Política | 7 Outubro 2025

 

Na Reunião do Executivo de 23 de Setembro, entre outros assuntos foi aprovada por unanimidade dos Vereadores do PSD e PS a integração do Saldo Gerência de 1milhão e 90 mil euros que “nos permitiu pagar os prejuízos da gestão Lipor de 2024, ou seja, cerca de 324 mil euros que calhou ao Município da Póvoa. Aprovámos também a liquidação da nossa verba do Parque, ou seja, o incentivo para os transportes, cerca de 101 mil euros, que é a nossa comparticipação para o funcionamento da UNIR, relativamente a um ano”, revelou o Presidente da Câmara Municipal.

Quanto aos prejuízos da Lipor, segundo Aires Pereira, ainda não ficaram completamente sanados: “Ainda haverá um outro prejuízo no ano corrente a liquidar no próximo ano. Ou seja, esta última gestão deu dois anos seguidos de prejuízo à Lipor”.

Para o Edil, a saúde financeira da Lipor deverá regressar no próximo ano, “por força da criação da ENNO – Energias do Norte, uma empresa de distribuição de energia feita a partir da Central de Valorização Energética da Lipor, que iremos estabilizar o valor a pagar da energia e isso levará ao equilíbrio das contas da Lipor, para além da recuperação que também resulta do aumento dos valores de contrapartida que estavam por actualizar há alguns anos, que permitirão reequilibrar o valor que a Lipor recebe por aquilo que são os produtos que entrega à Sociedade Ponto Verde, papel plástico, tudo o que são recicláveis”.

Os prejuízos acabaram por exigir um esforço financeiro por parte dos Municípios que integram a Lipor “foi feito um aumento bastante significativo do valor da tonelada de resíduos entregue na Central de Valorização Energética da Lipor, nós assumimos esse diferencial”. 

Por sua vez, João Trocado, Vereador do PS, em relação à incorporação do Saldo de Gerência, diz tratar-se de uma verba para fazer face “aos investimentos que têm aqui uma derrapagem”, como revisões de preços em determinados projectos. 

“Esta alteração não se distingue em particular a apreciar cada um destes investimentos, mas apenas habilitar a utilização do saldo de gerência que vem das contas do ano anterior para poder ser utilizado para que a Câmara possa fechar o exercício com uma dívida inferior a fornecedores. Ou seja, para que possa efectivamente fazer face aos compromissos assumidos com os fornecedores, neste caso do empreiteiro destas obras”. 

Quando ainda decorre o processo de renovação da concessão da Zona de Jogo, Aires Pereira destacou a importância das verbas para o município provenientes da concessão: “está a decorrer a primeira fase do concurso, a avaliação da idoneidade dos concorrentes e ainda não foi publicada qualquer lista relativamente à admissão dessas empresas, nem sabemos sequer quem são as empresas que concorreram. O concurso ainda está na fase de sigilo, mas até ao final do ano é um processo que tem que ficar concluído”. E alerta que uma possível prorrogação será prejudicial para o Município.
O Edil revela no entanto que “a Câmara tem já um trabalho desenvolvido sobre o ponto de vista dos novos investimentos e que irão entrar nessa nova oportunidade”. Por isso, “precisamos acertar o passo e ter os projectos preparados e investimentos devidamente organizados para podermos dar execução”.

Aires Pereira faz Balanço Positivo do Mandato

Com o mandato a chegar ao seu termo, fecha-se um ciclo que para Aires Pereira “é naturalmente positivo, e que resulta de um projecto iniciado há 12 anos, em que me apresentei aos poveiros com um conjunto de intervenções, de valorização do património das freguesias, num período com bastantes alterações. Tínhamos entrado num processo de agregação de freguesias e também aquilo que resultou, de há dois anos a esta parte, com a transferência de competências da Administração Central, nomeadamente na área da Educação que nos trouxe alguns amargos de boca. Como eu sempre tive a oportunidade de dizer as verbas não eram suficientes para a responsabilidade que o município estava a assumir”.

No entanto, “felizmente essas perturbações não se fizeram sentir junto das populações, nomeadamente junto de escolas. O município assumiu todo esse diferencial, sobre o ponto de vista de recrutamento de mais pessoas, da relação com os senhores Directores, quer aquilo que tem a ver com a manutenção e o funcionamento das escolas. Digamos que esse foi um grande desafio que levou a que fosse também uma oportunidade para nós melhorarmos aquilo que é a prestação de um sector tão importante como é a educação relativamente às escolas”.

Já relativamente aos grandes investimentos Aires Pereira destaca: “Concretizei tudo aquilo que estava no meu manifesto eleitoral. Por vezes, as pessoas referem-se aos investimentos que são feitos como sendo emanados da cabeça do Presidente da Câmara ou do executivo em funções. Tudo resultou de propostas que fizemos e que foram sufragadas por grandes maiorias por parte da população. Portanto, o meu compromisso não é com os partidos da oposição, nem com as pessoas da oposição, o meu compromisso foi sempre com a população. Por isso é que eu digo a quem me sucede na candidatura, a Dr.ª Andrea Silva, que temos todas as razões para sair à rua de cabeça bem levantada porque nós cumprimos com aquilo que foram os nossos compromissos”.
 
Numa viagem pela obra feita nas Freguesias, o Presidente da Câmara não tem dúvidas que, “foram feitos grandes investimentos. Foram criadas condições de prestação de serviços sobre o ponto de vista cultural, desportivo, equipamentos, qualidade de vida equiparada com a sede do concelho e isso efectivamente aconteceu. Digamos, um quadro comunitário que terminou, um quadro novo que executámos em pleno. Também as verbas da concessão da Zona de Jogo foram investidas. O próximo executivo tem esses desafios pela frente e tem também um conjunto de concessões que irão terminar, nomeadamente as dos postos de abastecimento de combustível, dos parques de estacionamento, e isso cria naturalmente uma oportunidade para o próximo executivo voltar a fazer coisas e de voltar a reinvestir em áreas que necessitam de cuidado, como a concretização do Parque da Cidade. Há um conjunto de investimentos grandes como a Fábrica A Poveira, o interior do Porto de Pesca. São obras que encaixam naquilo que são os objectivos da próxima concessão da Zona de Jogo. Esperemos que fique concluída até ao final do ano”.

À população diz que o seu sentimento “nesta altura é de agradecimento aos poveiros pela oportunidade que me deram, pela compreensão que tiveram por muitos transtornos que muitas vezes os investimentos trazem para as pessoas”.
 
Em relação às oposições, que na Câmara e na Assembleia Municipal, “querem conduzir o processo de uma outra forma, mas como sabem eu nisso resisto bem e sempre fui capaz de conduzir os compromissos que tinha, e concretizá-los, como o caso do Póvoa Arena, a conclusão da nova Avenida 25 de Abril, com a oposição sempre a puxar para trás”. E acrescenta: “Hoje, andam muito preocupados com reformulações de rotundas quando foram aqueles que mais tentaram fazer com que a obra não fosse concluída”.

Sobre o ponto de vista cultural, para Aires Pereira, “a Póvoa continuou a afirmar-se naquilo que são os seus projectos, Correntes d’Escritas, novos espaços expositivos que a cidade não tinha, o Festival de Música da Póvoa da Póvoa. Uma vida muito tranquila das nossas associações. Houve sempre uma preocupação em acompanhar o trabalho das nossas associações. Criámos no Parque da Cidade um evento dedicado às associações, que ali se refundaram, ali trouxeram mais gente, ali ganharam ânimo para o seu trabalho. A minha presidência teve todas estas componentes e transformou naturalmente a Póvoa. Sei qual é o discurso da oposição, mas isso não me preocupa nada. O que me preocupa é aquilo que pensa a maioria dos poveiros e o grau de satisfação que têm com o resultado do nosso trabalho ao fim de todos estes anos”.

A terminar o mandato e uma longa ligação à Câmara Municipal: “É um ciclo que se encerra ao nível do executivo, já estou desde 1989, um longo percurso que me permite conhecer como ninguém. Não é falsa modéstia, posso afirmá-lo, ninguém conhece as entranhas da Póvoa, do concelho tanto quanto eu as conheço. Portanto, tive a oportunidade de realizar um trabalho a todos os níveis, toquei em todas as áreas do concelho. É natural que aqui e ali haja memórias que deixo e de investimentos que fizemos, agora, espero naturalmente que se concretizem os novos investimentos. Acho estrutural, fundamental o investimento que a Dr.ª Andrea propõe para a Avenida Santos Graça, que vai equilibrar a cidade sobre o ponto de vista da oferta de estacionamento, a norte e a sul, será uma oportunidade para o novo executivo”. 

Para Aires Pereira, há dois assuntos que ficaram por concluir, mas que não dependem do executivo, “a questão do Hospital, que em breve irá abrir o procedimento de concurso para a execução da nova unidade, uma luta que enfrentei ao longo de muitos anos e se calhar só por isso é que ainda hoje temos uma urgência médico-cirúrgica a funcionar na Póvoa de Varzim. E também a famigerada questão do nó da A7 cada vez mais determinante, já não tem recuo possível. Naturalmente, que noutras funções irei assistir à conclusão desses grandes investimentos e que resultam de visões conjuntas, nomeadamente com a Freguesia de Balasar, com a igreja, um trabalho que deixa raízes para o futuro próximo”.

“Sempre demos contexto às opções políticas da maioria”

João Trocado começa por destacar “a conduta quer da maioria, do Presidente, quer da nossa parte foi uma conduta urbana, cordata e séria de todas as partes. Não houve uma única vez que alguém tivesse que levantar a voz ou fazer qualquer tipo de acusação ao ‘adversário’, isso permitiu-nos uma oposição responsável e construtiva que procurámos ser, nos momentos em que entendemos que estavam a ser cometidos erros ou falhas, ou situações em que ao exercer o nosso dever de fiscalização, suscitámos questões que ficaram por resolver. Em todos esses momentos conseguimos passar essa mensagem. Quando tivemos discordâncias sempre apresentámos soluções alternativas que quanto a nós eram melhores. Quando tivemos dúvidas no âmbito do nosso estudo e de intervenção fiscalizadora, várias foram as vezes em que o Presidente até retirou os pontos da ordem do dia para nos dar razão, no fundo, visando suprir as dificuldades e insuficiências daquilo que era proposto”. 

E acrescenta: “Nesse aspecto damo-nos satisfeitos por ter cumprido o nosso papel, sempre demos contexto às opções políticas da maioria percebendo que elas estavam tomadas independentemente da nossa opinião, mas nós não deixámos de dar o devido contexto explicando-as, transmitindo a nossa opinião e acima de tudo a solução alternativa que defendemos em cada um desses momentos. Infelizmente, apesar de ter havido este bom ambiente e esta capacidade de ambas as partes poderem dialogar, não houve o bom senso da parte do Presidente e da sua maioria na vereação, de saber ouvir”. 

E aponta razões políticas: “Talvez por estarem há tantos anos no poder, habituados a pôr e dispor, a mandar e a reinar sem uma oposição que os obrigasse a fazer diferente, esqueceram-se que os contributos quando são dados de uma forma positiva, como nós fizemos, são muito valiosos e por isso faltou esse bom senso. Faltou esse bom senso quando se decidiu avançar com a construção do Póvoa Arena no local onde foi escolhido sem prever uma devida solução de estacionamento, e nós para isso alertamos muitas vezes, e está à vista que essa dificuldade com o estacionamento já gerou um disparate muito grande da candidata do PSD, como forma de responder a essa deficiência para a qual nós fomos alertando nos últimos anos”. 

João Trocado lembra que a cabeça de lista do PSD à Câmara Municipal, “veiculou enquanto proposta eleitoral, fazer um estacionamento subterrâneo na Avenida Santos Graça, destruindo aquela via, uma proposta completamente descabelada. Faltou o bom senso para ouvir a nossa opinião quando decidiram o viaduto que custou mais de três milhões de euros para cerca de 400 metros de estrada, quando a menos de 100 metros, ao lado, havia uma estrada que podia ser utilizada e que servia exactamente a mesma função. Faltou o bom senso de nos ouvir quando decidiram gastar 800 mil euros para fazer um novo ramal na rotunda oval, à entrada da cidade, para resolver um problema que não existia deixando por resolver o problema principal, ou seja, os acessos nascente - poente e poente - nascente. E nessa altura bem avisámos porque pedimos o projecto que não nos foi cedido, voltamos a pedir, insistimos, e quando somos confrontados, bem alertámos que efectivamente não iria resolver o problema, coisa que os poveiros já tinham percebido, mas que melhor perceberam depois da obra estar concluída e o problema continuar como antes, por resolver”.

O socialista referiu ainda que “sobre este contexto mais coisas podia dizer, como seja no domínio da educação onde muitas vezes apontámos a diferença como seja nas várias matérias que estiveram ao longo destes quatro anos e foram mais de 100 reuniões, em todas demos este contributo e fizemos a nossa oposição mostrando sempre a alternativa. O que ficou à vista de todos é que este mandato foi mau de mais para ser verdade, dado que os elementos, os investimentos e as opções tomadas, as principais de maior valor, significado e visibilidade foram estas que eu referi, quer em termos de montante orçamental, quer em termos da própria dimensão desses investimentos e dessas opções, e todas elas foram erradas”. 

João Trocado concluiu que “não foi por falta de aviso, não foi por não termos uma atitude cordata, leal, transparente, perante vocês jornalistas e também na própria Reunião de Câmara, com urbanidade em que ninguém faltou ao respeito. Não foi por falta de aviso, de contexto e muito menos falta de não fazermos o nosso trabalho. São demasiados anos a precisar de um contrapeso na oposição, que nunca existiu e que ao longo destes quatro anos, eu e a minha equipa conseguimos dar”.

Por: José Peixoto

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