Voz da Póvoa
 
...

A Mobilidade Sustentável foi Assunto na Reunião do Executivo

A Mobilidade Sustentável foi Assunto na Reunião do Executivo

Política | 5 Março 2023

 

Na Reunião de Câmara do dia 28 de Fevereiro, houve unanimidade na adesão da Póvoa de Varzim à Rede de Cidades e Vilas que Caminham de Portugal, um protocolo de trabalho comum entre o Instituto de Cidades e Vilas e a Red de Ciudades que Caminan, de Espanha.

A curiosidade desta Rede é a vontade de fazer regressar aos hábitos das pessoas a utilização da rua como espaço sociável, recuperando a importância de ser vizinho, o regresso ao caminhar até à escola, às vezes a tão curta distância, a proximidade de usos de espaços colectivos. Andar a pé transforma a urbanidade dos lugares e melhora a qualidade de vida e da saúde dos cidadãos. Este protocolo pode ser uma oportunidade para o Município da Póvoa de Varzim, uma vez terminado o seu Plano de Mobilidade Urbana Sustentável.

“Nesta área, na mobilidade suave, com a entrada em vigor a meio deste ano do contrato dos transportes públicos, isso vai permitir uma outra organização da nossa circulação e da nossa interligação com as freguesias, tendo mais e melhor transportes, a horas que sirvam as pessoas. Esse grande contrato que resulta de um concurso público internacional promovido pela área Metropolitana do Porto, também terá implicações muito grandes pela forma como nos deslocamos no território”, disse o Presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira.

Por sua vez, o Vereador eleito pelo PS, João Trocado, considera que a adesão do Município à Rede de Cidades e Vilas que Caminham de Portugal, que agrega municípios portugueses e espanhóis, pode ser muito positiva: “É uma Rede presidida pelo Alcaide de Pontevedra, uma cidade galega com a qual a Póvoa de Varzim tem muito a aprender, sendo uma cidade que em termos de mobilidade quer ciclável, quer caminhável, é um exemplo no norte da península. Em princípio não teremos nenhuma objeção a esta Rede, uma vez que o Município através de congressos, parcerias técnicas e outro tipo de acções pode beneficiar do conhecimento e da prática destes municípios que são um exemplo por privilegiarem a circulação pedonal”.
 
Na opinião do socialista o município tem estado estagnado nesta matéria, “não se tem visto grandes evoluções que facilitem os peões, salvo algumas pequenas acções, sendo a maior delas os passadiços que foram criados ao longo da nossa costa, que são bons para caminhar. O certo, é que temos muito a percorrer e a fazer. Por exemplo, na Vila de Aguçadoura as principais ruas não têm passeios sequer e não é a única”.

Sobre este assunto Aires Pereira disse que “as realidades urbanas são uma coisa e as realidades rurais são outras. As características do território são muito diferentes e se tiverem em atenção ao resultado da apresentação do nosso Plano de Mobilidade Sustentável, faz claramente a distinção entre aquilo que é a mobilidade urbana tal como a conhecemos na cidade e nas freguesias mais litorais e aquilo que é a realidade e as características do território mais rural do interior. Naturalmente, em termos de mobilidade há sempre muito a fazer e nós temos obras em curso, como a interligação que estamos a fazer entre o passadiço do mar na zona de Aguçadoura até Navais, a continuidade deste passadiço até Laúndos acompanhando as linhas de água, fazendo com que haja aqui a recuperação de património rural e convidar as pessoas a fazerem este caminho de visitação até às nossas freguesias, ao seu património arquitectónico”. 

O Direito de Preferência ou Imóveis de Interesse Público

Em relação ao direito de preferência de imóveis para venda na cidade em que o Município se pronuncia, em Reunião de Câmara, se opta ou não pela sua compra, João Trocado diz que deve ser bem estudada e criteriosa “em nosso entender quer a protecção do comércio local quer do pouco património que ainda temos no centro da cidade e a sua ligação entre espaços públicos, no caso de natureza cultural como o Cine-Teatro Garrett, tem que ser protegida e estimulada. O comércio e a boa vivência da cidade disso dependem”. E recorda que “em 2015, a propósito das obras de reabilitação da Fortaleza, foi muito falado por Aires Pereira a criação de um triângulo de grande dinâmica que envolveria o Garrett, a Fortaleza e um suposto Museu do Mar que ainda não sabemos o que é, nem avançou. Esse triângulo anunciado com grande pompa foi um fiasco e estes equipamentos, pese embora, a sua dinâmica relativa com o que existia antes, penso que terão um potencial muito grande de maior dinamismo”. 

Para o Vereador do PS, “há muito a fazer nesta matéria, e sendo certo que os privados têm todo o direito de fazer uso dos seus imóveis, investir na sua reabilitação, ainda bem que isso acontece, penso que o município tem que estar atento para não perder oportunidades que às vezes podem ser de ouro para alcançar estas metas. Penso que a Câmara nesta matéria, em nossa opinião, tem sido pouco dinâmica”. 

Para João Trocado, “é preciso fazer uma reflexão em relação à dinâmica do comércio local, à dinâmica cultural e mesmo em relação à animação do centro da cidade. Esse foi o motivo pelo qual nós discutimos este tema na reunião”.
 
Embora não tivesse sido assunto da Reunião do Executivo, Aires Pereira voltou a lembrar a necessidade de estar atento ao número de pessoas que precisam de ajuda: “Nós sentimos isso através dos diversos programas que temos de Acção Social, seja o apoio à renda, pagar a água, a luz, o gás ou os medicamentos. Os nossos serviços sociais têm notado um aumento significativo de pessoas que têm vontade de cumprir, mas que têm tido dificuldade em cumprir. Temo que esta situação tenha tendência a agravar-se”.

E alerta: “Ainda ontem foi anunciado mais um aumento da taxa de juro, isto quer dizer que a prestação da casa vai continuar a aumentar. Se lhe juntar os aumentos da electricidade e do gás, as famílias começam a ter muita dificuldade. Nós identificamos estas situações, isto é uma responsabilidade partilhada e, por isso, pedi às associações, naquilo que é a sua rede de contactos, que nos identificassem essas pessoas e as pudessem encaminhar para que as possamos ajudar”. 

E conclui: “Não me sinto bem enquanto presidente de Câmara, ao ter conhecimento que há pessoas que habitam na Póvoa de Varzim e não têm condições de dignidade de habitação, alimentação ou acesso à educação, porque isso são questões que estão à frente de tudo o resto que possamos querer executar”.

Por: José Peixoto

partilhar Facebook
1908/IMG_20230228_180835.jpg
1908/IMG_20230228_181046.jpg
1908/IMG_20230228_181139.jpg
1908/IMG_20230228_181240.jpg
Banner Publicitário