Voz da Póvoa
 
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Um Legionário com Medalha de Mérito Desportivo

Um Legionário com Medalha de Mérito Desportivo

Pessoas | 28 Agosto 2021

Joseph Decoste serviu a Legião Estrangeira – um ramo do serviço militar do Exército Francês criado em 1831 – e vai ser homenageado pela Federação Portuguesa de Cultura Física, com o Diploma de Honra, pelo seu trabalho e desempenho como Vice-presidente da Zona Norte. Será também condecorado com a Medalha de Mérito Desportivo, como campeão e melhor Powerlifting (desporto de força e resistência cujo objectivo do atleta é levantar o maior peso possível em cada um dos movimentos pelos quais é composto: o movimento de agachamento, supino e o peso morto) Veteranos em Portugal.
 
“Tenho mais de sete dezenas de diplomas e umas 100 medalhas. Fui mister Taiti com 17 anos, em halterofilia ganhei a 117 ilhas. Fui campeão em várias modalidades em França e em Portugal. Ao nível militar em prova que entrasse ganhava: cross, salto em altura, lançamento de peso, corridas de 100, 1500 ou 5000 mil metros. Fui campeão de culturismo, boxe, Kickboxer, força e resistência. Fui também campeão de ciclismo em provas militares. Venci o campeonato Ibérico de Culturismo e participei no campeonato da Europa em queda livre. Entrei em competição sempre para vencer”.

Joseph Antoine Decoste nasceu em 1948, fez os seus estudos na Sorbonne, em Paris. Aos 17 anos entrou na Legião Estrangeira e serviu o exército francês durante 30 anos, tendo-se aposentado como Capitão. “Cheguei a pensar fazer uma licenciatura, mas decidi entrar como voluntário na Legião Estrangeira, onde tinha que, obrigatoriamente, cumprir 5 anos. A decisão foi continuar até me aposentar, mesmo sabendo que ao fim de 15 anos de serviço tinha direito à primeira reforma, mas não quis e continuei na aventura até aos 47 anos. Entravamos em todo o tipo de operações, em qualquer país e sempre em cenários de guerra. Estive no Chade, na Nigéria, Madagáscar, na Nova Caledónia, no Taiti, ilhas Fiji, ilha da Réunion, Samoa, sempre em situações de guerra ou conflito. Participei numa operação de libertação de franceses e belgas na República Democrática do Congo (Zaire), onde fui atingido por estilhaços de uma granada. Estive também no Kosovo a dar instrução a oficiais franceses, em desminagem”, recorda.
 
E acrescenta: “O antigo líder da Frente Popular, Jean-Marie Le Pen foi meu oficial quando eu era legionário. Também fiz segurança ao General Charles de Gaulle, no Atol de Moruroa, onde se faziam os testes nucleares. Fazíamos a segurança da ilha francesa para evitar a aproximação do barco dos ecologistas da Greenpeace, que acabou por ser afundado numa operação da Legião Estrangeira. Também fui comandante de companhia do 3º Regimento de Infantaria responsável pela segurança na base de lançamento do Ariane, que fica a noroeste de Kourou, na Guiana Francesa”.
Recordamos que nos testes nucleares na Polinésia Francesa realizados entre 1960 e 1990 foram feitas cerca de 200 explosões atómicas que terão afectado a saúde a mais de 110 mil habitantes da ilha Taiti, revela um estudo recente. O governo francês, por questões meramente militares, terá subestimado o impacto na saúde pública dos habitantes do arquipélago.

Entre outras chefias, Joseph Decoste deu estágios a oficiais superiores em Aix-en-Provence e Marselha e instrução em vários cursos militares. Foi comandante de companhia do 2º Regimento Paraquedista na Córsega, comandou a Polícia Militar em Marselha e liderou um sem número de operações em cenários de guerra. Nos últimos 25 anos, fundou uma empresa de segurança privada “Aigle D’or” em Matosinhos. “Como oficial fui sempre muito destemido. Na guerra, combatemos todos sem galões, para não sermos um alvo a abater e, com isso, a tropa ficar desorientada”, conclui o legionário.

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