Voz da Póvoa
 
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Olhar e Ver um Mundo a Crescer na Oftalmologia

Olhar e Ver um Mundo a Crescer na Oftalmologia

Pessoas | 16 Dezembro 2023

 

Enquanto nos desenhamos humanos dentro da bolsa amniótica, em apenas nove meses ou menos são os sentidos que dão ao cérebro as primeiras informações. Depois, um outro mundo nos abre a porta ao primeiro olhar nublado, mas é no ouvido que conhecemos os progenitores. Quando os horizontes nos definem todos os rostos e cores, é o mundo que passamos a admirar com todos os olhares. Por vezes, o ver agarra-se aos sentidos, nem sempre tem luz nos olhos, um segredo que a ciência a cada momento quer desvendar. Para saber mais, fomos ao encontro de um ‘electricista’ dos olhos.

Miguel Filipe Leite Sousa Neves nasceu em 1959 na Rodésia do Sul (actual Zimbabwe). Depois da licenciatura em Medicina em Portugal, especializou-se em Oftalmologia em Inglaterra. Tem uma pós-graduação em Direcção de Unidades de Saúde e Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde. Foi reconhecido pelo município da Póvoa de Varzim, em 2016, com a Medalha de Cidadão Poveiro.

“Quando assumi seguir oftalmologia fui para Inglaterra tirar a especialidade. Estava neste país quando recebi um telefonema do senhor Agonia – se eu queria vir para a Póvoa, abrir o serviço de Oftalmologia na Clipóvoa, que estava a começar. Penso que foi a conselho do Dr. Rui Faria, que me conhecia da faculdade. Vim cá, ele ofereceu-me todas as condições para abrir o serviço do zero. Assim, vim para a Póvoa de Varzim, onde vivo desde 1990. Anos depois, saí e montei um pequeno consultório de oftalmologia, porque queria fazer as coisas à minha maneira e escolher os pacientes. Quando começou a expandir, fui tirar uma pós-graduação em Gestão de Serviços de Saúde a Lisboa, ao fim de semana durante um ano. Gostei e fiquei mais um ano a fazer o Mestrado. Isso permitiu, como director de um serviço, equilibrar as contas”.

As exigências do novo espaço são outras: “Temos 58 mil pacientes registados na clínica. Este ano, estamos a investir cerca de 120 mil euros em novas tecnologias, novos equipamentos. Somos 15 oftalmologistas. Devemos ser a norte do Porto o maior serviço de oftalmologia do país. Privilegiamos o paciente, mesmo sem dinheiro arranjamos maneira de o tratar. Temos consultas gratuitas ilimitadas para crianças, todas as instituições tem a porta aberta. Todos os nossos colaboradores sabem que ganhamos dinheiro, mas temos que oferecer algo à sociedade. Por isso, todos os anos 5 ou 6 por cento dos lucros da clínica vão para instituições, em breve iremos entregar 10 mil euros às instituições da Póvoa de Varzim que trabalham com crianças desfavorecidas”.

As novas tecnologias trouxeram mais problemas de visão? “Há um aumento de queixas de irritação ocular, principalmente nas pessoas mais velhas. O facto de estarmos muito tempo frente ao computador, não vai causar mais doenças, mas causa muitos embaraços e temos cada vez mais pacientes que vêm cá porque sentem incómodos que não tinham antes. Não tem nada de grave, mas sentem-se desconfortáveis. Naturalmente, a idade tem o seu peso e se a lubrificação não é boa, os olhos cansam um pouco mais”.

Todos sabemos quanto custa uma consulta, mas não temos ideia de quanto custou determinado aparelho: “Em termos de equipamentos, provavelmente, temos cerca de dois milhões de euros investidos na clínica. Há uma máquina, muito importante na avaliação dos diabéticos ou de pessoas idosas que têm problemas de desgaste na retina, que pode custar 150 mil euros. Temos tudo o que é necessário para fazer um diagnóstico cuidadoso e tudo o que é necessário para fazer uma cirurgia, não todas, mas 80% delas podemos fazer com qualidade. Daí que, o nosso bloco operatório tenha sido criado, na altura, numa parceria com a entidade reguladora da saúde, para que cumprisse a legislação no seu todo. Demorou mais tempo, mas acabámos por ter um bloco operatório em que estamos todos mais tranquilos. Gostamos de desafios e na área da oftalmologia, felizmente, há muita inovação tecnológica. A todo o momento nós vivemos muita tecnologia, operamos uma catarata em 10 minutos, mas toda a cirurgia é minuciosa, microscópica, todos os segundos contam”.

A inteligência artificial veio para ficar na Clínica? “É um bom passo, tem que ser moderada e equilibrada, mas como tudo na vida, a inteligência artificial vai ser extremamente importante, facilita-nos a vida. Temos aparelhos que nos dão imagens comparativas e temos que avaliá-las. A inteligência artificial vai fazer isso por nós, porque tem algoritmos que permitem fazer uma melhor avaliação de imagens. É uma instrumentação muito boa. Agora, felizmente para os médicos-cirurgiões, não vai operar por iniciativa própria, mas vai fica lá perto. Vai-nos aconselhar durante a cirurgia nos passos que fazemos, se estamos a fazer bem, se estamos em risco de cometer algum pequeno erro. A inteligência artificial veio mesmo para ficar, mas tem que ser regulada, como todas as coisas novas que aparecem. Na nossa área não vai roubar empregos, mas vai diminuir a necessidade de muitas pessoas em certos empregos, vai criar alguns. Inova e melhora muita coisa, mas em contrapartida também cria alguns problemas”.

Dá o rosto e a voz na RTP2 a uma campanha de combate aos diabetes: “O Lions Internacional é uma das organizações de solidariedade social maiores do mundo e um dos focos é o combate à cegueira. Tudo o que se perde na Diabetes a nível dos olhos dificilmente se recupera. A ideia da mensagem que fazemos através da televisão e através do Lions é de facto dizer: é diabético? Precisa ser visto por um rastreio especial de visão nos Centros de Saúde ou por um oftalmologista, porque quanto mais cedo for detectado diabetes nos olhos, melhor é o tratamento”.

Miguel Sousa Neves alerta para o nosso sedentarismo: “Como esperança de vida, vivemos tanto como as pessoas dos países nórdicos, só que nos últimos anos de vida vivemos com menor qualidade. O mais normal é vivermos com 4 ou 5 doenças crónicas – hipertensão, diabetes, colesterol ou problemas de artroses. A saúde é a nossa trajectória de vida, devemos fazer um percurso o mais saudável possível e com melhor qualidade. Nos países nórdicos há uma cultura de promoção da saúde ao longo do tempo. Nós não assumimos essa virtude e vamos tendo as doenças da modernidade”.

O SNS Precisa de Investimento para se Tornar Atractivo

Que razões aponta para a convulsão de greves no último ano e meio de maioria socialista? “O sector da educação e da saúde têm problemas há muitos anos que não são passíveis de uma solução rápida. O que aconteceu, foi um acumular de tensões. Num governo de maioria absoluta, penso ter havido um descuido perante a população em geral, convencidos que estava bem feito o que faziam. Antes, com um governo geringonça acabaram por equilibrar um pouco as coisas. O percurso não era muito diferente, mas atenuavam este aspecto de guerrilha”.

E acrescenta: “Temo que nos próximos anos, iremos ver um Serviço Nacional de Saúde (SNS) para pobres e indigentes. Não há investimento, não é de agora, mas ao contrário de anos atrás, há um sector privado que aproveitando as debilidades do sector público, cresceu com sustentação, com equipamentos, e tornou-se atractivo. Hoje em dia, os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos, têm possibilidade de optar pelo privado, ganhando mais, com melhores condições de trabalho, coisa que não acontecia, podia trabalhar nos dois, mas nunca largava o sector público. Hoje em dia, as condições de trabalho no SNS não são muito boas, não há atractivos para o futuro, não há carreiras. Tem havido restrições financeiras no serviço de saúde, daí a sangria dos profissionais de saúde para o sector privado. Mais tarde ou mais cedo, entraremos numa situação irreversível. O SNS vai acabar por ser um serviço frágil e que servirá apenas para aqueles que não têm outros meios de resolver a sua situação de saúde. Não é só o dinheiro que move, mas as expectativas criadas para quem tem uma profissão que envolve equipamentos, técnicas avançadas, e se querem melhorar, os médicos sabem que podem fazê-lo no sector privado”.

As indefinições das políticas de saúde podem ser esclarecidas nas próximas eleições? “Penso que o sector da saúde poderá de certo modo determinar que tipo de caminhos é que nós queremos. Um ponto positivo das mudanças da saúde foi a criação de uma direcção Executiva do SNS, que permite profissionalizar o sistema, agilizar as coisas, mas precisa de um caminho definido que poderá resultar das eleições. O paciente quer é ser tratado e da melhor maneira possível, tanto lhe faz que seja no privado ou no público, se possível gratuitamente ou com o mínimo de gastos possível. Se isso poder ser oferecido pelo sector privado, o paciente aceita. Essa é a filosofia dos partidos do centro direita, dar oportunidade ao sector privado. Por seu lado, a esquerda teme que o facto do sector privado se assumir com um papel preponderante, obrigue a dividir as pessoas. Ou seja, o sector privado tende a acolher as pessoas que têm mais capacidade financeira, sendo que aqueles que não têm, são relegados para segundo plano”.

E sublinha: “Se o partido Socialista voltar a ganhar as eleições e fizer um governo à esquerda vai ter que assumir o que quer e para isso são importantes as eleições primárias no PS. Eu acho que estas eleições primárias são muito boas porque permitem arrumar a casa. Se for o caminho de Pedro Nuno Santos para a esquerda, o sector de saúde vai contar com a necessidade de um investimento forte para se tornar competitivo. Se for o PS de Luís Carneiro ou outro partido de direita a ganhar as legislativas vai permitir que haja um governo do centro-direita que fará com que o sector privado tenha um papel preponderante no SNS. Estou expectante em relação às eleições. Se é que vamos conseguir formar um governo. Hoje, cada vez mais deverá haver uma dispersão de votos. Vai ser preciso concertar vários partidos para formar um governo, seja à direita ou à esquerda. É preciso haver um caminho por onde caminhar. No meu entender, deveria haver um serviço aberto. O serviço público é muito importante como coluna vertebral. Depois, uma ligação aos serviços privados e ao sector social naquilo que o sector público não pode oferecer. Criando regras muito específicas para que o sector público não acabe, ele tem que existir sempre”.

No geral dizemos sempre que há poucos médicos, mas não haverá, isso sim, demasiada doença? “Acho que há demasiadas pessoas a ir à urgência, é uma verdade. Diria que mais de metade das pessoas que se dirigem ao serviço de urgência não tem outra alternativa. Sabem que ali são cuidados. Nas urgências por demorada que seja, são atendidos. Não há médicos a mais no país, há é médicos a menos no SNS. Em termos comparativos, a nível nacional as nossas unidades de saúde local funcionam relativamente bem. Temos uma gestão de saúde muito boa, que engloba Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Há uma renovação geracional, estão a entrar médicos novos com muita capacidade. Apesar das unidades em termos de logística e instalações, são as que nós conhecemos, temos áreas da saúde na Póvoa em que damos cartas. A saúde pública na Póvoa de Varzim e Vila do Conde, podia estar melhor, mas estamos bem”.

Há um número cada vez maior de médicos que estão a aposentar-se: “Nós somos um dos países mais envelhecidos do mundo, o segundo da Europa a seguir à Itália. Dentro de 10 a 15 anos, um terço da população tem mais de 65 anos, e não consigo compreender porque é que os médicos da função pública, quando chegam aos 70 anos, são forçados a aposentar-se, assim como outras profissões da função pública. A maior parte dos médicos gostaria de continuar a trabalhar, sendo impedidos no sector público, vão para o sector privado onde exercem mais 5 ou 10 anos. Precisamos de pessoas a trabalhar mais tempo para dar menos despesa à segurança social. Não conseguimos mudar uma lei, eliminando o facto dos 70 anos, permitindo que as pessoas trabalhem desde que haja um mecanismo que avalie se tem capacidades para exercer as funções. O privado continua a florescer, principalmente porque o sector público deixou de dar as condições que são necessárias”.  

Hoje os jovens médicos querem usufruir do descanso: “Em Portugal trabalhamos muitas horas e produzimos pouco. Nos países nórdicos trabalham menos horas e produzem mais. É necessário tentar qualificar as pessoas para trabalharmos um pouco menos e darmos qualidade áquilo que fazemos. Ou seja, não precisar trabalhar muito para a mesma prestação de cuidados. Na medicina, o médico quando exerce a sua função, tendo um poder de decisão muito grande, é importante que seja capaz de fazer o melhor pelo paciente, evitando que ele permaneça muito tempo dentro das unidades hospitalares ou centros de saúde, para aliviar essas estruturas”.

Em Portugal temos pela primeira vez uma secretaria de Estado para a promoção da saúde, é um nome que não ganha votos, mas permite apostar na promoção de uma coisa em que investimos pouco: os actos saudáveis de vida: “É algo que deveríamos fazer muito mais para que neste percurso possamos proporcionar às pessoas a possibilidade de melhorarem os seus hábitos de vida, alimentares e de exercício físico, cuidar do seu dia-a-dia. Os hospitais são estruturas muito complexas, sorvedouros de dinheiro, essencialmente público, que devemos evitar. Para isso precisamos de estar saudáveis, mas também ter uma medicina de alta qualidade”.

A Política sai a Ganhar com uma Oposição mais Forte

“Nas democracias liberais se não houver uma boa oposição, o governo, em si, tende a perder-se um pouco. Não há quem aponte os erros e os problemas. Na Póvoa de Varzim o que nos falta é uma boa oposição, até para fortalecer quem está no poder. Penso que o PSD facilmente continuará no poder nas próximas eleições autárquicas se continuar pelo caminho que traçou. Agora, é muito importante que a oposição se fortaleça, não só aqui como a nível nacional”, diz Miguel Sousa Neves.

O médico oftalmologista acredita que “o orçamente na autarquia é sustentado, não há um peso muito grande nas famílias. Penso que na Póvoa de Varzim a autarquia tem feito na generalidade um bom trabalho. Primeiro, conhece bem as dificuldades do concelho e tem agido de forma correcta ao apoiar as classes mais desfavorecidas, e de certo modo promover um sector que possa financiar as outras áreas. Uma das obras mais fortes que gasta muito do orçamento é o Póvoa Arena. Acho no entanto, que é uma das obras mais importantes, primeiro vai retirar um pouco a sazonalidade em termos económicos. Havendo eventos no Póvoa Arena ou espectáculos multifacetados, traz pessoas que vão gastar na cidade o seu dinheiro. Temos o pavilhão Municipal, o Garrett, mas sem esta capacidade para receber público. Agora, penso que irá ser feito um trabalho de inclusão das pessoas que habitam naquela área para que também seja uma mais-valia para eles, que não se sintam incomodados pelo facto de crescer ali uma infraestrutura com os inconvenientes que uma grande obra traz. Penso que o Póvoa Arena é a grande obra de fim de regime de Aires Pereira”.

Ao nível da mobilidade, “temos uma rotunda à entrada da Póvoa que cresceu e tem criado alguns problemas. Levo o meu filho ao Colégio de Amorim e vou busca-lo diariamente, e sinto que há certas horas muito complicadas. Moro junto ao Hospital da Luz e chego a demorar entre 20 a 25 minutos a chegar ao Colégio que fica a cerca de dois quilómetros, coisa que não acontecia antes. Penso que a autarquia deverá estudar uma ou mais soluções que possam melhorar a mobilidade da rotunda, que foi criada para facilitar o fluxo de viaturas, mas isso não está a acontecer”.

Desporto e Solidariedade Social é uma Pratica Poveira

Miguel Sousa Neves alerta os sócios para a possibilidade de o Varzim criar uma SAD: “A partir do momento em que o accionista tem o controlo de 51%, os sócios do Varzim não decidem mais. É importante que as pessoas saibam disso. Eu não sei se é um bom ou mau caminho, temos em Portugal bons e maus exemplos, ou seja clubes que tiveram SAD e acabaram por fechar. É importante que os sócios saibam que ao darem o aval à SAD, com a entrada de um investidor forte, estão a passar o Varzim para as mãos de uma pessoa ou uma empresa. Se não for viabilizada uma SAD, é importante que os sócios percebam se o Varzim tem condições para sobreviver ou manter-se com as dívidas que tem. O varzim é um clube de paixões”.

Em contraponto temos o Desportivo da Póvoa, “é um exemplo de serviço público, tem várias modalidades, aliciam os jovens para a prática desportiva e para a sua integração social. Mais que uma competição ferrenha, é a convivência de crianças, de jovens e dos pais que muitas vezes apoiam os seus filhos nos transportes, nas merendas, há ali uma comunidade. É um exemplo de como pode funcionar uma colectividade em forte ligação com a autarquia e com a comunidade. O Varzim forma jovens para serem jogadores a tempo inteiro. O Desportivo da Póvoa forma jovens para serem médicos, engenheiros, professores, canalizadores, mecânicos a tempo inteiro. A prática desportiva é algo secundário, mas que permite às pessoas conviverem umas com as outras, desportiva e culturalmente”.

Quanto às Instituições de Solidariedade Social do concelho, Miguel Sousa Neves não tem dúvidas: “É uma rede excepcional. Apoiamos crianças e jovens, o MAPADI trabalha a inclusão como ninguém. Os apoios ao sector social que a autarquia dá, são muito importantes. Temos uma comunidade produtiva, saudável que produz serviço, valor, mas também temos que apoiar aqueles mais fragilizados, mais desfavorecidos. Se não conseguirmos, não somos uma comunidade. O papel das empresas é também muito importante. Temos os bons exemplos da RCM etiquetas, o JP Vendeiro, a Sanipower – há meia dúzia de empresários que estão sempre prontos a apoiar. Claro que precisamos de mais empresas a apoiar”.

O oftalmologista e professor Miguel Sousa Neves é também aluno: “Dou aulas de Governança Clínica, que em termos muito simples e rústicos, significa o que fazer para as coisas correrem melhor. Trabalhamos medindo a cada momento a qualidade do serviço que prestamos e introduzimos as mudanças que são necessários para que o serviço funcione ainda melhor. É um trabalho de melhoria contínua. A maior parte dos meus alunos são médicos ou gestores já formados que trabalham no sector de saúde a nível nacional. Tenho de me preparar todos os anos, e de Janeiro a Março faço uma corrida para Lisboa de avião, nos dois sentidos. É algo que faço por gosto e quando assim é, sentimo-nos satisfeitos. É o meu anti stress. É como ir a Alvalade ver o Sporting, três horas para lá outras tantas para cá, perca ou ganhe o jogo é um anti stress, corta a rotina do dia, tira-me a cabeça de muitas coisas. Se a nossa cabeça andar bem o resto do corpo anda também, tenho aulas de doutoramento na Universidade de Aveiro, onde também fiz uma pós-graduação em Políticas Públicas em horário laboral. Sou professor e aluno e gosto de ser as duas coisas, mais ser aluno porque estamos sempre a aprender coisas novas. Quando deixar de gostar de aprender, aí envelheci mesmo”.

Por: José Peixoto

Fotos: Rui Sousa

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