
Agora que já todos assentámos a poeira de promessas e sacudimos o capote na urna, é tempo de confessar os pecados viscerais na retaguarda. O mais provável é que nunca tenha lido de forma séria e isenta o tal pasquim, porque de tudo o que o rodeia só o Braz é bom, é também provável que confunda jornalismo com opinião. Na realidade, deu para perceber que a gente séria anda toda pelas redes sociais a vociferar liberdades de insultar tudo, todos, e os políticos “são umas marionetas”, mas nunca os viram ser manipulados em palco. Percebo a pasmaceira do Braz e outros espalha-brasas, a ignorância está cheia de vazios, facilidades e incompatibilidades. Percebo a revolta, é muito complicado lidar com a inteligência mesmo que seja artificial. Percebo também que é perda de tempo explicar, seja o que for, a alguém que usa antolhos. Mas, esta gente tem partido, tem ligadura ao peito, se for caso disso tem ditadura e muleta para se apoiar. Endireitam-se no rebanho para chamar a atenção do pastor, embora lhes falte verticalidade. São vulneráveis à oferta de tachos, habituados que estão a comer da mesma gamela, a partilhar o tráfico de influências, mas os corruptos são sempre os outros. Como não querem, não podem e não mandam, acreditam que os eleitores foram hipnotizados pela teia do poder. É possível que sim, é possível que não, mas como estamos ainda em democracia, mesmo que doente, terá senhor Braz que suportar a azia até às próximas autárquicas.
Pablo Rios Antão