Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão Entre o Penedo e o Mexilhão

Viagem em Balão Entre o Penedo e o Mexilhão

Opinião | 14 Março 2023

 

Em defesa de uma corrupção mais proactiva e menos legislada, foi aprovado em reunião do executivo deste condado comunitário europeu, o teste do toque rectal aos futuros ministros, secretários de estado e gestores públicos. Assumida a imunidade e a transparência das constantes idas à retrete onde se negoceiam as derrapagens orçamentais e os inquéritos parlamentares, prova-se que nunca é tarde para nuclear e qualquer moeda ambiciona um dia ser nota. Daí, a Mota do Angil ter comparado a velocidade do TGV ao ajuste directo do papa-palcos. Na essência da fútil normalidade o Tribunal de Contas fez as contas e contratou quase tudo por ajuste directo.

Num país de comedores e de comentadores de partido único, é fácil concluir que o porta-moedas encheu de notas a famosa empresa e dessa forma tornou possível a milionária contratação do Paulinho das Feiras de submarinos, que aos domingos cozinha caldeiradas entre venturas e aventuras póstumas. Com esta hilariante traquinice temos que saber distinguir se andamos a investigar uma fraude ou uma fralda, ambas podem cheirar bastante mal. 

Convém lembrar que no alquímico tempo em que se transformou a água em vinho ninguém bufava no balão. Não é ao acaso que o sumo pontífice não quer nenhum borracho a conduzir a consciência nas palestras junto ao rio. Somos laicos desprovidos de razão, mesmo que a constituição diga o contrário, quem manda é consciente da liberdade que nos tira e até o ateu paga os abusos do estado, acredite ou não. Depois, os do contra dizem que é uma casa a arder, mas nunca viram bombeiros à porta.

A jorna dos fiéis que se vão multiplicar no extenso descampado, na margem do rio que abraça o Castelo de Almourol antes de ali chegar, preocupa os executivos dos ‘mandriões do vale fértil’ que em declarações ao órgãos de igreja assumiram que as medidas pouco importam e os centímetros que colaboram no vai e vem esbarram quase sempre contra a pílula. A paz do encontro foi-se em polémicos investimentos e a situação na linha da frente está complicada, nascem poucas crianças, mas na linha traseira não se avizinha nada de inovador, os bebés continuam a nascer a dois dedos de distância, registe-se ou não o acto.
 
A banca depois de nos comer os dias de semana todos, vem agora de garganta funda encher chouriços com lucrativas tainadas de juros, de arrendatários empréstimos, servidas pela cristina lagarto do FMI. A entidade reguladora do Banco de Portugal diz que a culpa é de ninguém em particular. Também há quem afirme que o banco alimentar promove voluntariamente a fome, e a energia atómica era uma energia limpa, não sabemos é como nos desembaraçar dos seus resíduos radioactivos. Mas, saiba que a pegada do dinossauro não era nada ecológica, sempre que pousava a pata, engendrava esmagadela ou quebrava tudo.

Todo este trauteado discurso não serviu à mesa das intenções, não pretendeu esclarecer os passos perdidos, nem choramingar pelo ensino da tabuada na universidade.

Se dispenso, logo existo. Não tenha medo, o futuro exige, agarre o verão pelo pescoço e beije-o na boca, porque acordar é viver.

Júlio Verme

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