Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão aos Plagiados Delírios da Intenção

Viagem em Balão aos Plagiados Delírios da Intenção

Opinião | 19 Outubro 2023

 

O escaravelho da Escandinávia meteu-se com o fedelho de glúteos ao léu que anunciou estar disponível a recolher assinaturas aos molhos para sossego dos pecados mortais. Creche e aparece no jardim-de-infância das remontadas galegas, junto ao café chinês das sevícias e outros despejos oriundos do assédio intelectual das bolas de berlim da liga das infâmias da Cozinha Nova e do Bar Roma, benzidos antros de puritana glória. Orgulham-se as noitadas passadas a gemer no varão e a soluçar por mais. 

Um, dois, três, estátua e o vento da bofetada ou do pontapé no ceguinho, davam direito a gargalhada sem mostrar os dentes. A escola dos nossos avós, entre reguadas e canas da Índia a abanar orelhas, deixaram saudades no tinteiro, mata-borrão, e nas tradicionais esfarrapadelas, ganhos das lúdicas brincadeiras pré-olímpicas. 

Anos depois, ninguém sabe ao certo quantos, acusações de violência recreativa substituíram a canelada e o cachaço pela web dos psiquiatras especializados em verbos de encher e outros malefícios do abecedário escolar, do absentismo do sétimo dia e da drenagem cerebral. Há falta de incentivos fiscais à puberdade em período escolar.

Ainda há tempo para desobedecer, mas a criadagem ignora. É preciso levantar o texto da panela dos hipócritas. Culpa tem o amor de perdição, por assediar na almofada o corpo inteiro. Descoberto o mamilo na cama do Camilo, a alma minha não cresceu o suficiente para desfilar uma apalpadela, e os insufláveis político independentes da vontade popular desandam manobras de diversão com uma mão no peito e a outra na incontinência, enquanto os pombos lhes esguicham nos ombros o milho transgénico das praças. Recauchutar o focinho é moda unissexo. 

Um maltrapilho, das assoalhadas de cartão, saiu do abrigo quando percebeu o estrabismo dos andantes que à boa maneira dos costumes, assumem-se defensores dos brandos e, despidos de preconceitos, vestem a nudez das artes, em demandada retirada dos lugares púdicos para o panteão do esquecimento, quer seja o esqueleto ou o bronze imóvel das estátuas. Assim sim, vale a pena ser presidente de alguns fregueses.
 
A linguagem exótica é menos crítica que a plutocracia pornográfica dos arrepiados costumes. Se a dita dura amoleceu, não foi por falta de preliminares incentivos. Abre-te sésamo. Esta estirpe de gripe suína não se cura em água benta da igreja de São Miguel de Seide.

Na malta real do princípio do mundo, não havia fio dental nem cueca cintada e o decote era até aos pés. Nessa altura, o Adão fazia tudo à mão. Mas, Deus é grande, e com um golpe de mágica e uma costela inaugurou em Eva o pecado original, o mais plagiado ao longo dos séculos. Em nome do pai da malta porreira, da mãe da loiça de barro, do mistério da inquietação social e dos activistas do tempo extra, amém.

Júlio Verme 

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