Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão ao Território da Tentação

Viagem em Balão ao Território da Tentação

Opinião | 31 Outubro 2023

 

Vi uma árvore passar na rua enquanto outras acenavam ou quebravam no dizer adeus. Da janela olhei a chuva e um carro a voar, as asas eram do vento. Havia um corpo tresloucado na paisagem a barafustar. Achava-se humilhado no medo. O autor deste arranque literário era um pipi das meias altas que armado em salvador subiu o monte do orçamento, e declarou-se um logro e negro Estado de alma.
  
Temos uma oposição tão desnutrida que se não desmaiar no colo do Presidente da República, vai acabar a renovar os votos de continuidade deste Governo na próxima legislatura. Mas, sejamos honestos, as contas do merceeiro das finanças não são de fiar, ou vives no paraíso ou pagas a dobrar. O adágio é bem esclarecedor - se a merda valesse dinheiro os pobres nasciam sem cu.

O barbatana Galinha até é anafrodita, mas diz ter sido assobiado pelas meninas de fio dental e assediado pelos meninos mal comportados da praia das marés onde só de escafandro se vai ao fundo. O mundo é cada vez mais um paiol certificado de ignorância corporativa ou de elegância distorcida. Para temperar o tempo precisamos sempre de algum piripiri ou de buzinões na ponte.
 
- E lá vem o tipo com o sexo em riste. Nada disso. Acontece que as sardinhas são hermafroditas e pode estar encontrada a solução do futuro - ovários para todos.
 
O Estado no sítio entrou de quarentena e foi decretado recolher obrigatório para os heterossexuais. A palavra é cara, mas eu explico: macho não é fêmea. Para que a ferida não se abra nas mentes mais sensíveis: fêmea não é macho.

É preciso desempoeirar alguns ressacados juízes que confessaram-se estressados no brasileiro fato de consumidores de gravatas, e que de facto o haxixe fumado e a snifada cocaína, os colocam ao nível dos drogaditos que em audiência, levados por zelosos guardas, mandam visitar a esquadra uma vez por semana para nunca esquecerem o caminho. Embora, influenciados pela faixa de ganza, para além dos sinais de fumo, não consta que prá veia. A recomendação sindical dos sem juízo é consumir de preferência antes de morrer!

O mundo tem os pés no ar e o sangue a subir à cabeça. Se a medieval tortura continuar, vai estoirar e não vai valer de nada orar de cu pró ar ou ajoelhar de promessas. Dá vómitos ouvir as sanguessugas encimadas por um deus complexado numa terra prometida a todos e propriedade de alguns.

Ai a tola das endeusadas razões do bicho. Nenhum outro animal é sionista, fascista, judeu, ortodoxo, muçulmano, islâmico, católico ou analfabeto. Conhece a vida, a reprodução e a vontade de comer. Não fabrica armas, ataca ou defende-se com as que tem. Mas, só leva areia nos olhos quem quer. São bichos da sede encasulados no religioso fanatismo, a dar água gasificada ao caneco antes do crematório. A memória não se apaga à borracha, mas pode vir a extinguir-se à pedrada. 

Vivemos nesta nação Valente, uma casta de Príncipe da desenhada banda ‘A Portuguesa’, que para além dos heróis do mar e dos canhões sem munições, marcha no pelotão da frente dos servis Natos. 

Adquirido o Estatuto de Inutilidade Pública, os bichos passam a vida a mudar os marcos, mas tanto é culpado o tirano como o submisso. Nunca esqueça, só a verdade é revolucionária. Sem cumprimentos, me despeço. Aleluia!

Júlio Verme

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