A palavra do senhor está na passerelle musical do guilherme, abana o capacete, a anca e deus nos acuda o delírio, enquanto a senhora sem remédio diz-se ultrapassada na cura. O louva-a-deus perde a cabeça depois de procriar. A cruz dos homens está no carnaval dos olheiros pitosgas, quem desarrisca usa fio dental na cueca e transparências arrasadoras em corpo único e peregrino. Apalpa os olhos até que o real se virtualize. Quem ora em hora marcada, é feito de pecado original e ditadura plagiada.
Vinte mil milhões é mais de dois euros por habitante terreno, impávido e sereno a viver neste condado sem-abrigo e de pouco mais que medra. O erre mudou-se com o cheiro e a lata de tinta, o monte pintado teve uma reacção inesperada, ficou-se pelo arrepio e benzeu o activista atrevido que nunca se identificou nem foi identificado, foi-se simplesmente. Uma bazófia das boas e más-línguas. Agora é primeiro e governa um povo que nunca se deixou governar. Também o mártir Trump ia ficando sem uma orelha por só dar ouvidos à trapalhada e desprezar os utópicos e agnósticos.
Ouvi dizer que ninguém disse, que o mistério público está em tratar todos por desiguais. É da natureza os fortes terem a franqueza de olhar os fracos pela sua fraqueza, piedade de quem faz o bastante por os convencer que o lado nenhum existe mesmo e lá chegar é uma aventura. A Casta mantém-se de recurso em recurso até à prescrição final. É a imunidade e impunidade a rimar sem beliscar.
Há fumo branco num cachimbo em Caxemira, mas o ópio é do povo e ninguém sai da festa sem renunciar à compreensão. A ignorância é uma felicidade adulta, nasceu no convés das primeiras ditaduras e sempre que necessário entra nos programas educativos, mas se não entra fica à porta dos interrogatórios. A tortura seve-se fria a quem por fatalidade ou destino se diz livre e inacabado.
Cá se vai andando, entre a chicotada e o lanço há sempre um certo descanso. As medidas, as inadiáveis reformas, são um vê se te avias com o sol na eira e a chuva no nabal. Até aos 35 anos pode continuar a ser um inútil. Depois, a sua utilidade perde a validade, mas ganha a aposentadoria antecipada por invalidez. Afinal, sem cunha não passamos de estagiários de vinte valores, um tempo de marranço sem reflexão. “Não, não vou por aí! Só vou por onde me levam meus próprios passos...” Um tipo que chama Putin ao Zelensky está bem lúcido, eles são iguais e odeiam-se.
Quanto horror mais é preciso para nos revoltarmos contra este urdir de teia. As ruas, as praças, as avenidas exigem presença e pertença. A paz precisa de pôr um fim à guerra, aos ninhos de víboras. Os prazenteiros governantes que temos são monitorizados para desgovernar. Em cada esquina inventam um inimigo.
Que maçada desejar aniquilar ou exterminar esta largada de balões, quando o melhor que temos a oferecer a estes políticos é um atestado-multiusos. Afinal, ela era a mais velha dos mais novos.
Júlio Verme