Esteja atento, vai ver que o país da celulose está a arder para renovar. Melhor, está a arder para que num futuro bem próximo possamos viajar em segurança pela floresta de painéis fotovoltaicos ou solares, as tão acarinhadas e subsidiadas energias renováveis. A Ministra do Ambiente até engendrou trinta e uma medidas, sem o rigor das fitas de corte e costura onde por Ventura se facilita a instalação dos ditos espelhos e algumas ventoinhas para refrigerar o aquecimento global das montanhas, dos oceanos e dos cérebros ocos, versos vazios, sem rima ou qualquer sentido poético. Viva a literatura que engorda a ocasião ou a crónica de um assustado pagão.
No país das maravilhas a Força Aérea tem 10 aeronaves que só não combatem fogos rurais porque o Estado não comprou os ‘kits’ que permitem adaptar as voadoras para essa missão. É certo que se comprasse, algum amigo ficava a fumegar.
Se a muralha da China é a única construção humana que se vê da Lua, um Portugal ao espelho vai conseguir ver-se de Marte, tal transparência telescópica foi comprovada pela artificial inteligência do famigerado satélite português desperdiçado no espaço lunático de uma fumegada ideia científica, aprovada pelo então senhor Silva de Boliqueime. Para quem cozinhou a maior lasanha, gaspachos, francesinhas, cavacas, arroz de sardinha ou pão com chouriço do Guiness, isto é pouco mais que nada. Mandar esta gente à fava seria o mesmo que pagar o brinde e o bolo não é Rei.
Vem aí a alta velocidade, mais um estudo de impacte ambiental do TGV para impedir que entre estações se construam alguns apeadeiros tão desejados por alguns autarcas que não desistem da sua idade da pedra e preferem viajar a todo o vapor, mesmo que isso implique um regresso ao futuro das cavernas por grafitar.
Gaza na brasa de um genocídio que a peneira não esconde do olhar hipócrita, cúmplice e criminoso dos políticos de carreira que dizem representar o povo que os elege ao ambicionado tacho de mordomias, mas a sua enorme pequenez associada à insensatez impede-os de reconhecer o velho Estado da Palestina.
Acredito que a imortalidade chega com o esticar do pernil e a ressurreição com o gole e a bebedeira. Ao miserável nunca se lhe pede uma assunção. O céu nunca foi o limite de quem sacode o pó entre as nuvens e desconhece a vida na terra. Mas, “se fores para o céu leva-me contigo”, responde um Homem junto ao Rio.
Creio em mim e no pico do Verão, naquele mês em que o Governo e todos tiram férias, até os médicos. E se os bombeiros fizessem o mesmo quando o país está a arder?
“Estamos todos exaustos” diz o Meco do Pontal algarvio, depois da missa presidenciável. Havemos de ir juntos a Bruxelas dar à Costa os emplastros e sobrevoar as cinzas dentro do saco aéreo com a Interna Administração de Lúcia à prova de fogo, que à procura de um milagre pôs o país no crematório.
Com as chamas da oposição a chegar ao pêlo, um Montenegro de percepções anunciou 45 medidas, entre elas, a isenção de taxas moderadoras na saúde que já não existem desde 2022. Valha-nos o direito ao esquecimento e outras lembranças, amém.
Júlio Verme