Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão ao Marcelismo Desventurado da Nação

Viagem em Balão ao Marcelismo Desventurado da Nação

Opinião | 24 Março 2024


 
As várias Sondagens à la minute fizeram uma aliança pouco democrática, mas nem nas mais delirantes falcatruas habituais, imaginaram tão poucochinho na percentagem entre os intermitentes acostumados na governação. Ganhar é ficar à frente em número de deputados, mas que é uma vitória arrancada a ferros, ninguém tem dúvidas, nem a clara que dizem ter sido. 

As eleições têm sempre algo de surpreendente. Estas começaram logo por ter um vencedor antecipado, que do zero a ministro chega. O segundo vencedor acabei de dizer e repeti-lo, seria dar-lhe ainda mais direito de antena. O terceiro, se a opção dos abstencionistas foi votar no segundo valia mais ter ficado em casa. Há ainda a destacar a subida vertiginosa do ADN dos portugueses, sempre predisposto ao engano ou a desmistificar o seu processo evolutivo. 
 
Quando um excremento Chega ao parlamento fica na terra uma sensação de alívio fátuo. Os esterqueiros sempre valeram muito dinheiro, mas o povo só para se ver livre da largada intestinal até a trocava por lenha. Habituado a ser o saco nunca soube usar a luva ou as luvas necessárias para facilitar o negócio. As coligações, aproximações ou acordos servem o mesmo objectivo, oferecer ao privado o que ainda resta do Público. Ao Estado se atribui o papel de pronto-socorro. Quando o rico entra em dificuldades económicas é certo e sabido que o pobre paga. 

O partido dos trabalhadores ficou com demasiado trabalho para tão pouca gente, mas prometeu meter chumbo no homem que, ganhando, se vai ver negro para governar. Ou negoceia com polícias, guarda-costas e prisionais, outras fardas, oficiais de justiça, médicos, enfermeiros, professores e assessores multifacetados capazes de enganar a mãe, ou será desarriscado do mapa mais depressa que o Santana. Se tiver coragem pode socorrer-se dos 12 milhões de euros por dia que os seis maiores bancos lucraram, fruto da penhorada subida das taxas de juro que deixaram no prego os últimos anéis de quem pediu emprestada a casa.

Sobram exemplos que nos deveriam afastar dos extremismos, mas como as guerras mais mediáticas e a barbárie nos entra pelos olhos dentro através das televisões, achamos sempre que estamos a viver no cantinho do senhor. Pobre jornalismo que nunca foi rico, mas pelo menos era respeitado, não dava palpites, informava. Em torno da desgraça se vive bem, sempre melhor que o desgraçado, amém.

O poder que abençoa todas as coisas lida mal com o corpo e com o sexo. Acredita que educar Chega para nos oprimir. Se eu tivesse um amor, esse amor seria meu. E se eu fosse uma gaja? Gajo é um músico do caraças. Não canta, mas encanta quem ainda se dá ao ouvido. Dizem-me que agora o tempo é dos vintes, mas os vintes não me dizem nada, apenas me falam de alunos marrões, mas não me explicam como vão ser na prática, único lugar onde todos desejaríamos que tirassem vinte. Não me levem a mal, mas está sol em Vila Real.

Júlio Verme

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