Quando o rei vai nu a rainha fica em casa. Quando o eleitor opta por uma outra cruz política, os líderes da razão absoluta que – nas suas conveniências democráticas praguejam a liberdade, a igualdade e a fraternidade – anunciam logo a desgraça, a ingovernabilidade, o fim da paz social, a chegada do FMI, que segundo José Mário Branco “nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa”, só a cobardia os impede de ter a coragem de anular o resultado das eleições e, em última análise declarar a insolvência cerebral dos eleitores que os torna inaptos para o exercício do conquistado direito de voto. É assim ou não é, senhor Emmanuel Macron? Afinal quem é o extremista que quer governar a França?
Há lugares do mundo que não são deste nem do outro, mas de um que há-de vir. Rezam as crónicas que sagrada era a primeira pedra que ninguém quis atirar. Só assentar nas inaugurações da obra. Os Seres mais inteligentes não se dão com a burrice e é normal vê-los aos coices.
A quatro mil pés de profundidade, cientistas descobrem o mesmo número de pernas até ao cu capazes de chegar ao tronco onde por sua vez esbracejam braços e se ergue uma cabeça nem sempre com juízo. Não existem provas apenas degustação. O sol quando nasce não é para todos, e a chuva não nos tem largado. É do El Niño.
O serviço nacional de saúde está pela hora da morte, já todos os governos lhe tiraram as medidas, mas ninguém quer assumir o papel de cangalheiro. Num país onde há excesso de doenças é natural que faltem médicos. Com efeito, há profissões que não tiram férias no verão ou no mês de Agosto. Dirão que são direitos consagrados na Constituição, eu diria que são privilégios. Diria ainda que aqueles que fogem para o privado continuam a ser pagos pelo dinheiro público. É o resultado do financiamento das doentias e pressionadas parcerias.
Quando o Rei vai nu a Rainha sai à rua para proteger as partes que lhe tocam. A promessa mais bem espetada é aquela que fica de pé. Em terra, o sol põe-se no mar e só nascem peixes. Os doutrinados imbecis dizem-se Zombies.
Matá-los é pecado, há que aguentá-los. Este filme é só para maiores de 18 anos porque o que vai ler em seguida é uma soberba encabadela: os cinco maiores bancos portugueses lucram 14 milhões de euros por dia nos primeiros seis meses do ano. Mas, a culpa é do Banco Central Europeu. Ou a resposta está no adágio popular: “quando o pobre come galinha, um dos dois está doente”.
Os administradores bancários ficaram estupefactos com o amontoado de lucros nos seus bancos e prometem retaliar nos próximos seis meses com o dobro do espanto dos obtusos que pagam e só bufam em conversas de café.
Enquanto nos entretemos a insultar os chefes da quadrilha e a pensar que todos deveríamos receber um subsídio de risco para salvar a economia do definhanço, em Caracas há um eleitor confuso e um eleito indignado.
Júlio Verme