Há uma seita de malabaristas especialistas em contrabandear populismos que pretende a desunião Europeia, mas não rejeitam engordar a tripa e forrar a carteira no parlamento Europeu à custa dos nossos impostos. Pensei até em revelar os limpos salários, porque todas as despesas, leu bem, tem apoios e subsídios diários que somados quase triplicam a conta bancária. Mas, fui assomado por uma certa pornografia quando percebi que terminados os seus mandatos têm direito a um subsídio de reintegração, até dois anos, igual ao seu vencimento, equivalente a um mês por cada ano de mandato exercido no parlamento, que pode chegar os 241.810 euros, se não assumir um cargo público. Este paleio foi só para que as dores de parto não libertassem as águas dos referidos impostores e outros alojados deputados em partidos ditos europeístas, na meia dúzia de dias por mês que se passeiam em Estrasburgo ou em Bruxelas.
Não sei se devemos roubar batata frita se fritar os ladrões. Um é lento o outro é parolo, mas há também os pangaios que passam a vida na gandaia, mas quem os desejar que os leve. Se uma temida Marta procura o el dourado, a prima-dona do Bugalho não precisa de aulas de civismo para lá chegar. Consta que falhou-as todas para gastar a mesada. O menino mimado não tem ideia nenhuma do saber estar, é um esganiçado modelo dos déspotas rafeiros que ao primeiro susto mudam de cueiro. Esta canalha não sabe ser outra coisa e de gastronomia só gosta do bacalhau do Quim Barreiros. Há também na corrida um multifacetado e sofisticado embaixador charlatão que vai pelo currículo, não é pela pasta.
As aptidões para o cargo são quantas vezes um canudo comprado e uma incultura perene. No entanto, trata-se de gente inocente nomeada por eleitos representantes do voto popular. Não temos sido capazes de escolher entre os maus, os melhores. Mas, os melhores maus não serão os piores?
Como parece que o povo se deixa facilmente influenciar pelos vendedores de banha da cobra, seria conveniente que o eleitor antes de votar, fosse sujeito a um teste psicotécnico, muito em voga e em moda.
Abril fez 50 anos, ora vamos lá saber se foi um propósito ou de propósito Aguiar em Branco a tela de uma assembleia que não pretende censurar por confundir liberdade de expressão com falta de educação, deu razão aos filhos da madrugada que raptaram a democracia num leilão de ditaduras.
Os putativos congénitos da actualidade só dão golpes de misericórdia. Depois, o desabrigado do lugar reivindicou ao surdo mistério público ser ouvido. Concretizada a vontade, por ser lento se concluiu que nunca seria um bom larápio. Também é certo que quem disse que o demitia se o primeiro fosse para a Europa, agora faz contas à sua popularidade e apoia a candidatura do oriental.
A confissão começou por ser um acto isolado, mas agora é transmitida em directo nas televisões. Choram que nem madalenas. Não sei se é por falta de padres, de excesso de manias ou de padre-nossos, ámen.
Júlio Verme
