Baratos órgãos de comunicação social, prazer em conhecê-los. Sei que as exigências do mercado não se compadecem com ideais de esquerda e por isso a nossa aposta passa por reformular as batidas de um coração centrista desenganado pela direita. Dito isto, espero que não fiquem à espera de melhores dias quando o asno disse ao Puto para se entender com o Putin, em matéria de defesa das suas ambições e, à defesa, se emocione com a mudança de marcos territorial, usurpação de minerais e os milhares de vidas jogadas e perdidas pra nada.
Entre fronteiras e fruteiras as laranjas europeias, mesmo espremidas, já não dão sumo e o pirolito é cada vez mais uma saudade. As guerras e as tentativas de extermínio abalaram os séculos todos, antes e depois do crucificado, mas a insuficiência mental dos escolhidos e aclamados acredita na Reinação dos impérios, sem perceber que nenhum sobreviveu à história que se conta.
O nosso Primeiro tem razão, não há conflito de interesses, há é interesses no conflito criado com a lei dos solos. O facto da sua cara-metade e dos seus dois rebentos serem sócios de uma imobiliária que ele próprio criou, mas que naturalmente a dividiu pelos lá de casa, não quebra as regras do código de conduta do Governo que sempre se mostrou desinteressado em que os casados tenham negócios separados de interesse comum, daí que os seus figurantes da governação tenham optado pelo mesmo ramo de mercancia. Ali ao lado, na taberna do Chega, há quem atire à boca do sapo e acerte sempre no intendente. No jogo da malha a manha é outra, esconder na mobília da casa as imobiliárias. No tempo da Guerra Fria, as conversas dos tiranos eram sempre acompanhadas de acaloradas ameaças, desconjuras e aldrabices.
Valha-nos os deuses gregos para nos explicar a cruz na contenda. Se estiverem atentos às negociatas de paz na Ucrânia em que ficou de fora a própria e a permanente insatisfeita e imaculada União Europeia que, lembre-se, nas suas decisões é usual excluir os países mais pelintras, também se conclui que entre os Estados Unidos e a Rússia não há conflito de interesses, há é interesses no conflito.
Não é segredo de justiça para ninguém, o Puto e o Putin nunca se terem entendido no recreio, nem em carteiras separadas e como as reprimendas ao agressor não passaram de comichões e desvios à lupa, é natural que o lunático americano embora não saiba jogar xadrez, nem o nome das peças, sabe empurrá-las para um surreal desenho do seu novo mundo. Nós por cá gostamos é de futilidades e folclore.
Adiar o dia seguinte seria uma espécie de compromisso político, daqueles que sobrevivem no papel dos estudos necessários para que nunca se faça nada enquanto houver dinheiro para derreter. E com a chegada dos algoritmos, algo sem ritmo se anuncia no SNS onde não há nenhum plano, é tudo na vertical. Há neste rectângulo uma noção de censura em que o idiota útil não passa de uma moção de esterco.
Júlio Verme