Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão à Punheta de Bacalhau em Dias de Sujeição

Viagem em Balão à Punheta de Bacalhau em Dias de Sujeição

Opinião | 30 Dezembro 2023

 

Os analistas receiam uma fadiga eleitoral. Ir a votos em Março para as legislativas onde se espera encontrar um novo desgoverno para o governo, e depois em Junho, lá voltar, para eleger as doiradas reformas de 21 eurodeputados portugueses para o Parlamento Europeu, cansa bastante. Sair de casa, deslocar-se até à mesa de voto e assinar de cruz, pode levar o cidadão a um esgotamento duplo. Estes contrabandistas e encomendados do ecrã ficam acagaçados só de pensar que a gente séria se lembre de exercer em consciência uma égide de direito democrático e corra com o bolor da côdea dos instalados e avençados do claustro regime das esquinas e dos castelos apagados da bandeira que nos padronizava republicanos.

O deboche que nos baba é a cunha vir do tempo da pedra lascada. Não fosse a inesgotável veia para as ocasiões e qualquer álibi nos servia para conjurar o frete. Mas, os insuspeitos auditores não encontraram as seringas nem os andarilhos, apenas cadeiras sem rodas e o testo da panela onde a felga da TVI acredita ter sido cozinhado o caldo dos desacautelados doutores, professores, mestres em esquecimento.

O palavrório do relatório curricular dos estagiários com fins lucrativos, concluiu que: Cu de gente e nariz de cão nunca conheceu o verão. No entanto, as alterações asmáticas do clima exigem uma descarbonização dos avençados da cimeira e a neutralidade carbónica das economias desdentadas, tão céleres a mastigar operários e a engolir burguesas almôndegas no jantar dos conjurados. Metam-lhe o cabresto ou a soga e pendurem-nos na primeira trave a coberto das telhas.

Na cama e caso há gente fedorenta colocada a meia haste. Ela queixou-se da próstata, ele dos ovários, o Manuel quer ser Manuela, a Filipa, Flipe. Passei por duas meninas beijando-se e dois meninos igualando-se e o mundo não acabou, espantoso. O género que o cardeal achou doença e prometeu cura, mas esqueceu as orgias nucleares dos abades. A culpa é do buraco de ozono e das excitações climáticas. O calor dilata os corpos e o frio entesa. Penso, mas nunca entendi nada de tampões.

Estamos na época da caridadezinha. Se tiver aí por casa uma crise existencial que não lhe chegue, nós, os solícitos, metemos uma cunha nos contornos do peditório e não há cabala que resista ao inquérito de averiguações. Sabemos que alguns tachistas sofrem de atrofia zelosa e de auditorias convalescentes, mas facilmente se solidarizam com os mais bastardos nacionalistas. Apoiados na retórica do poligrafo, sentem-se familiarizados com as Actas dos prognósticos reservados, mas nenhuma barriga enche de comer só com os olhos, nem dormir é meio sustento. 

No país das suspeitas, o código penal até pode meter pena, mas quem decide é o juiz. A procuradora só liga ao Moedas por acreditar que as escutas são meninas bem comportadas do corpo nacional, e saudades só da mocidade portuguesa. Não desespere, neste Natal acorde o menino que há em si e jogue a pinhões.

Júlio Verme 

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