Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão à Mão de Semear e à outra Também

Viagem em Balão à Mão de Semear e à outra Também

Opinião | 24 Abril 2023

 

Na verdade eu escrevi que o pariu, mas apagaram-me a prostituta que engravidou de gente fina e vai já no seu quinto marido. Podemos estar a dar um chuto no cão da pistola que tem um ladrar guerrilheiro e nunca sofreu atentado erótico ou de insuficiência cardíaca. O povo é sério, não chama qualquer um de bicha, só aos que pegam de empurrão e viraram as costas ao destino. Agora, está na moda mostrar a cueca de gola alta, vestir fato canário e rosa na cor das calças, mas também esganiçar a voz na direcção do olho desprevenido.
  
Ai Miguel que o Ângelo se soubesse, esculpia no meio das pernas do David outro joelho em vez de uma uretra encoberta de carne entre tomates coração de boy. Esta gente não é um escarro é uma lula cuspideira que saiu do pó sem um único vento na cabeça. O Mártir Luther King depois de revelar que “I have a dream” não lhe passava pela carapinha que os cérebros conservados na América, descongelados são um pesadelo incapaz de um arpejo de memória. Há quem na história diga que o Colombo quando lá chegou pôs um ovo de pé e veio-se, embora.

Cá estou eu a encher-me de pau para toda a obra e os ingleses a montar andaimes para restaurar a língua aos narradores descorteses, arrenegados e mundanos. Essa do Lobo mau ter sido apedrejado pelos sete anões confundiu a branca na narina das Neves. Afinal, o Príncipe Valente era um covarde. Revista as letras antes que se entendam umas com as outras. Mais vale encher barrigas que pneus. Só um calhau com olhos é capaz de ver a alavanca do Arquimedes a deslocar o mundo, o cego imagina.

A ópera perdeu os fantasmas enquanto os mortos dão o nome para a Obra Diocesana assaltar a segurança social. Os curas nunca sabem de nada, foram treinados no segredo. Quem viola toca. Já só falta informatizar o confessionário. Um ateu no Ateneu ofereceu os pecados em troca de liberdade religiosa. Possesso no palavrório foi corrigido pelo rigor científico e saiu em defesa dos direitos das coisas tortas. 
 
Há falta de habilitação na habitação e a pedra no rim não resolve nada, complica é a vida ao empreiteiro. A educação sofre da falta dela, os alunos de pais bestas e os professores por obrigação agarram-se ao manual de banalidades e aos orgasmos mais por essa Europa fora. O serviço nacional de saúde é cada vez mais regional. O problema não está na falta de médicos, mas no excesso de doença. Os ministérios são mistérios por revelar. Os políticos especializaram-se em colar cartazes. Cada um é maior que o outro, mas nunca revela as suas medidas. As eleições são uma equação matemática que subtrai da realidade a ilusão do eleitor. Creio que bati no fundo maneio, o Eco é só memória. A inteligência desta gente menos válida é tão artificial que não conseguiu prever, que de tanto espremer em vários laboratórios, naturalmente, a criançada proveta seria aos magotes e do mesmo pai. Ora bolas.

As imagens podem chocar ou provocar arrepios. Se chocar dá pito e penas. Arrepios são bem-vindos se o sangue se concentrar na arte de procriar. Os bichinhos também gostam, mas para que não pensem que não há diferenças substanciais, deixo-vos com este escrito de John Steinbeck: “De todos os animais da criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada que dizer”. 


Júlio Verme

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