Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão à Independência da Dependência

Viagem em Balão à Independência da Dependência

Opinião | 2 Setembro 2022

 

Papagaios me mordam os bicos se não vi dois agentes da guarda a tomar conta de um poste dos telefones, ontem ali, hoje aqui e amanhã se verá onde. Pelo risco de vida que isso acarreta, mais o tempo gasto nas redes sociais enquanto os fios se ligam, contaram-me que os cravos vermelhos ainda vão parar à lapela dos Venturas. 

Deu-me na telha de descapotar essa ideia sísmica de aquilatar maduras bazucas. No essencial da substância, uma aspirina entra pelo âmago até ao grosso do intestino onde a farinha e o fermento são farelo. Rebobinado e lesto a apanhar o Metro bateu com a fronha na porta do apeadeiro e, entre estrelas, a sombra de um pesadelo prometeu antiaéreas baterias para travar os alinhados no crime de se armarem aos cágados, com a desfaçatez de continuarem a nos mandar à guerra para defender a paz. 
     
Perdeu o Norte e o Sul, nasceu torto de matrimónio, mas quer aumentar o património. Temos sérias dúvidas se quem ri tem vontade de olhar o plano de pormenor na vertical. A empreitada europeia é apontar o cano em vez do dedo, a Russa o cano e o dedo, e a Americana o dedo e o cano. A pinha desta gente foi moldada pelo Caviar nas cimeiras do G7 e do G20, onde se decide o G Milhões de refugiados e a subtracção de salários com os evitáveis aumentos do quanto custa sobreviver na pobreza. 

O bife Strogonoff é o deleite dos desdentados da fé, mas é bom não ser Puré desta Salada Russa. Creio que a europeia união cresce ao ritmo do dinheiro que desaparece. Deram-se ao bugalho de misturar alho com feijão e o gasoduto intestinal cilindrou a cueca do intruso e as fossas nasais do invadido mais próximo.  

Um cadáver esquisito foi encontrado a caminhar pelos escombros do silêncio mundano. Há no céu uma nuvem de fumo e outra de ar irrespirável. O mundo está em processo de decomposição, cheira cada vez mais a terra queimada e a gente burrificada ou burrada de medo. Dá-lhes gases na faixa de Gaza. 

Os ventos favoráveis que sopram do leste europeu, para além de transformarem a floresta em cinza, assobiam ao ouvido dos malabaristas da finança com neuróticos protótipos de colossais e inimagináveis fortunas, resultantes da sangria dos humildes bastardos da solidão do outro. O rei vai nu e quem se envergonha é o povo ao acreditar que as alterações climáticas estão a dar cabo da tola aos incendiários. Nascemos neutros, mas há quem nos queira alcalinos ou ácidos, uma vara de porcos para alimentar os boys, enquanto as chamas na TV chamam pelos fósforos. 

Mete-lhe o cabresto no focinho, a vara que vês é para tanger o teu destino, o abutre sonha com os teus restos mortais. E tu a acreditar no solstício da democracia, mas em cada equinócio, há quem na tomada de Pose nada se esforce para ser um servo canalha, salva-se a canalhinha parida inocente.

O Pedro largou o coração no metanol e vai ao Brasil encontrar-se com o corpo para participar nas comemorações do bicentenário da demência da actual república. É desta arcaica metamorfose que se alimentam os podres poderes.

Nada que a história não desconte. Há o pianista, o idoso contrabandista de café e a assalariada do IEFP que acumulou subsídio. Descoberta a calvície demitiu-se da vigarice, mas um dia destes assume um novo cargo público ainda melhor remunerado. A gente não acha bem, mas paga, afinal o pénis de mesa joga-se com duas bolas.  

Júlio Verme

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