Deixem-se levar pela pluma dos dias porque a espumar de raiva fica a crendice dos inolvidáveis mestres da arte de pasmar. Para não se transformar no peão das nicas, seja prudente ao atravessar a passerelle. Há um Almirante que trocou os passos à vacina e foi infectado pela pandemia de candidatos presidenciais, juntando-se à lista de oradores da pátria. Gandhi deixou-nos entregues aos Gandins. A mim já nada me espanta, o único lugar onde fico de boca aberta é no dentista.
Os associados do desprezo dado à informação não vencem, mas raspam o vencimento, a reforma, o rendimento, mínimo que seja, na vontade de enriquecer sem suar as estopinhas. Há quem lhe chame a geração hipotecada, creio que erradamente. Já os vi na bicha da raspadinha, de todas as idades. O que está a dar é pulverizar. Recordo que há vida inteligente, tudo o resto é vida microbiana.
As florestas no fogo posto dos duendes são cinza e protocolo entre interesses por instalar, políticos instalados e proprietários entalados no Ser morto e dinheiro vivo. Estas ignóbeis criaturas, cobertas pela manta das alterações climáticas têm vindo a plantar milhares de hectares de painéis fotovoltaicos. Viva a reflorestação de espelhos que contribui para emagrecer a área florestal e a agricultura, aquecer o país, engordar a tripa e liberalizar o saque dos fundos europeus para energias renováveis, pelos habituais costumeiros e vezeiros do nacional é que é bom.
Se juntarmos a isto, um Chato GPT português que quer a esperteza artificial da nossa língua a revelar as intenções de voto de qualquer saloio, a doutorar a sustentabilidade dos órgãos sociabilizados ou a substituir um parco constitucionalista independente, mas que afirma não ser comunista, não estamos feitos ao bife, mas que a carne é fraca, lá isso é. Deu-lhes uma parança no cérebro.
O emprego é o resgate de favores, mas nunca faltou precaridade no trabalho. No paiol da governação há uma implosão de convencidos que nos afoitam de burros mansos e anunciam uma economia de virtudes com salários a emagrecer para dar carne ao esqueleto. Há quem diga amém, mas o pior dos cegos é aquele que não quer ver o país a crescer e a bater máximos históricos de pobreza encardida. O Banco Alimentar contra a Fome recolheu recentemente mais de duas mil toneladas de géneros alimentares em outras tantas mil catedrais de consumo para distribuir por 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que por sua vez, entregam a cerca de 380 mil pessoas sustentadas pela miséria, sob a forma de cabazes ou de refeições prontas a engolir.
Para que os sucessivos governos: deixem de aldrabar ou manipular os números com os seus afamados dotes de malabarista; segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, “mais de dois milhões de pessoas estão em risco de pobreza ou exclusão social (18% da população). Se fossem considerados apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 43,4% da população em Portugal estaria em risco”.
Enquanto uns definham e outros arrotam, no atlântico há uma arguida pérola com cara de pau que não se demite nem admite deixar o poleiro antes da galinha cacarejar e, jura a pés juntos que não teve direito a qualquer percentagem na venda da banana, por não ser da Madeira. Sensibilizado com os sintomas de demência política da criatura, o Pai Natal prometeu oferecer-lhe um alarga cus no sapatinho para que tenha um feliz ânus novo.
Júlio Verme