Voz da Póvoa
 
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Viagem em Balão à Confidência de Imprensa Livre

Viagem em Balão à Confidência de Imprensa Livre

Opinião | 17 Fevereiro 2024

 
  
Apêndices e lezírias, canivetes e chalaças insufláveis, são apenas algumas das aldrabas a bater à porta dos comícios onde se servem lentilhas aos ressabiados trespassados de metadonas que batem mal no crisóstomo das indelicadezas efémeras.

Enquanto Afonso encontrou a Índia, o Albuquerque descobriu pelo caminho que a Madeira era flutuante, tendo decretado que a Ilha não era como no continente onde se cai por suspeita de buraco. Aos trambolhões os neurónios acusam a cabeça de desejos anatómicos e cozinhados na pérola atlântica, onde a Farinha do amparo arguiu o sóbrio Miguel nas sombrias lavagens da autonomia.

Não é justo que a teórica justiça não seja uma prática. No entanto, teremos que reconhecer que se dez anos não são suficientes para encontrar os culpados, a prescrição dos crimes seja o melhor medicamento para uma amaldiçoada delinquência bipolar ou esganiçada dos arguidos como José Sócrates e o amigo Santos Silva, e os esquecidos Zeinal Bava, Armando Vara, Hélder Bataglia, Ricardo Salgado, Joaquim Barroca e Rui Mão de Ferro, que deixou o Ministério Público KO e a ‘Operação Marquês’ quase sem Pombal no Tribunal da Relação. E a culpa pediu a mão à solteirona que mais uma vez rejeitou. Em terra de gameleiros só mudam os bípedes.

Há gentinha pouco às direitas que ao pressentir que o tacho do partido não tem testo que cubra as despesas diz: Chega pra lá que eu também caibo. Esta sumidade de cônjuge fiel é tão capaz de entontecer o adormecido e desacreditado eleitor como fazer implodir o SNS, os sindicatos ou o ensino público com ondas de cheque em branco. Quanto mais acordos com o sector privado, mais médicos vão lá parar.

A natureza agora só dá burros, diz o senhor Joaquim que nunca foi vacinado. De repente as esquadras ficaram vazias, sem condições e em vias de cair, como não há subsídio de risco, a rua é mais segura. Aliás, o povo sempre saiu à rua desarriscado de subsídio e sem polícias, que acagaçados se esconderam na esquadra e só por extremismos saíram para as manifes. Li que estavam 20 mil na rua em esganiçados protesto. O número espantou o cidadão que desconhecia haver tanta austeridade para tão pouca autoridade. Viver é um risco, por isso, todos e em todas as profissões deveríamos acampar à porta de São Bento ou do Palácio de Belém e convencer os mandantes de que fazer pela vida não está nada fácil, só no Parlamento. 

A gente vai ao Pingo Azevedo ou ao Jerónimo Incontinente e se a distracção nos ocupar a mioleira pagamos mais na registadora que na prateleira. O zero do IVA que estava à direita ao passar para a esquerda e regressar novamente à direita, fez-lhes confusão e só por lamentável lapso arrecadaram, no último ano, lucros astronómicos, mas o Bairro ficou tão feliz que aguarda por novas esmolas. Esta seita funciona mesmo sem radar, basta uma APP no cérebro do 5 G para que se instale no espongiforme, de uma réstia de cromossomas humanos, um imenso vazio.  
   
Se o diabo soubesse tecer, Deus encomendava-lhe uma manta de retalhos para revelar os pseudónimos dos malabaristas endeusados pelos cegos populismos.   

Júlio Verme

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