
Na escolha das morfologias dissonantes, no distúrbio inconstante das dicotomias jingoístas anexas ao desfile ocular das massas em desalinho, ao voto castrante dos submissos, todos temos direito à incongruência dos trogloditas nómadas que por imoderação ocupam o senso comum. Não há atropelo na governança nem na herança dos séculos, apenas um fim à vista armada seria necessário para decompor o putrefacto do ar respirável. Mia Couto, aqui não há gato nenhum, nem sequer percebi nada do que li, tal como o comum do povo.
Quando um predador encontra pasto por onde salivar as suas encobertas castas perturbadoras e colaterais são difundidas com estes vazios discursos. Os filósofos da política contemporânea são tão antigos que até acreditam que os partidos ainda se endireitam na forja com umas marteladas. É o espectáculo da política a desafinar.
O pinheiro bravo nunca fez mal a ninguém. A pedra mexe por dentro. Não sei se sente as picadas do buril. Com a falta de funcionários judiciais, procuradores e juízes, não tarda e o Ministério fica sem Público. Já o Ministério da Saúde está doente e não se antevê uma descoberta para a cura. É preciso acreditar. Quando acreditamos em nós não acusamos os outros. Há um Nobel desacreditado e quem exija ganhá-lo. Uma paz que demora o tempo dos assassinos será sempre uma guerra em banho-maria. Não há nada melhor que dizer mal, o bem está feito.
A opinião é uma moda, mas uns nem aquecem o lugar, outros arrefecem de tal maneira que adormecem. É preciso criar um dia internacional para a erradicação da Incompetência. E o roteiro da prontidão é outra urgência para que o candidato anti-sistema não viva do sistema. No rescaldo do caldo eleitoral o voto em branco devia levar uma cruz, não só ganharia eleitores como impedia a mentira do usurpador.
O analfabeto também faz escola. Quem me dera haver uma hera em forma de coração, era tão bom. Acerto as horas e mesmo assim o tempo não pára. O relógio está cheio de boas intenções, mas não sabe guardar segredos, conta tudo. Valores estratosféricos para financiar a paz no gatilho e outro tanto para erguer os danos colaterais e certificar a inabalável razão dos extremistas.
Não sei se tarda se chega, mas que se encosta cada vez mais, dá pra ver. Depois de acharem os imigrantes uma camada de energúmenos que só servem para fazer o que ninguém quer, agora querem mandar na fé de cada um e tirar o lenço da cabeça às freiras também. Sei que um homem de saia também se vê por aí, mas já se via em todo o clero e ninguém lhes chamava nomes. Somos uma cambada de células por identificar e ainda não percebemos que a diversidade não é uma invenção humana mas da natureza. Um dia o mundo vai rebentar de tanto rir.
Júlio Verme