Voz da Póvoa
 
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Uma viagem pela gastronomia

Uma viagem pela gastronomia

Opinião | 22 Dezembro 2023

 

Os anos passam, as boas memórias vão perdurando… Professor que fui na Escola Secundária de Nelas, tinha na Lira Keil do Amaral colega de interesses muito paralelos aos meus. A ideia surgiu para juntar a exposição, Comida para os olhos, Um pintor, uma fotógrafa, um designer e um escultor, com uma homenagem ao Mestre João Ribeiro, “ o maior cozinheiro português deste século vinte, beirão nascido em S. Pedro do Sul. Corria o ano de 1998, o evento decorreu no Grande Hotel das Caldas da Felgueira, onde a Lira dinamizava culturalmente e, como diz o folheto publicitário, a inauguração será precedida de uma conversa sobre “MESTRE JOÃO RIBEIRO, pelo escritor José Quitério e o prof. Abílio Travessas”.

Conseguimos a presença do filho do mestre, já falecido, que animou a sessão contando estórias do pai quando passava as férias no Aviz Hotel. Comunicação fácil foi um prazer ouvi-lo falar do pai e das relações com Calouste Gulbenkian, que passou no hotel os dez últimos anos de vida. José Quitério, decano dos críticos gastronómicos, apresentou O Livro de Mestre João Ribeiro, organização e fixação de texto José Labaredas/José Quitério. Introdução biográfica José Quitério, Editora Assírio & Alvim.

Foi com base neste livro que organizei texto e imagens para palestra a apresentar onde me convidassem. Tive a surpresa e o prazer de falar, Dezembro de 2012, sobre o Mestre, na apresentação da Carta Gastronómica da Região de Lafões, pela Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões; livro com fotografias de Homem Cardoso, edição cuidada e palavras simpáticas do grão-mestre para mim.

Propus-me, agora que o convite veio da Lucinda Amorim, vereadora da nossa Câmara Municipal, fazer uma viagem mais longa, começando pelo banquete do escravo liberto Trimalcião na Roma Imperial, imperava Nero, seguindo Petrónio e o seu livro Satiricon. Dei um salto até ao séc. 16 e ao Banquete do Pescado “para sempre entalado na garganta castelhana” que D. Sebastião ofereceu ao tio Filipe II no Mosteiro de Nª Sª de Guadalupe, na região de Cáceres. Terminando na nossa Póvoa em que o Abade de Priscos “foi convidado para dirigir a cozinha e preparar o régio banquete” quando o rei D. Luís nos visitou, a 3 de Outubro de 1887.

A palestra foi, no dia 24 de Novembro, no Torreão do mercado, sede do Turismo, onde tentei fazer o melhor para vos contar estórias e entrar na nossa história.

Abílio Travessas

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