Voz da Póvoa
 
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Turistanto Lendas e Lugares – Meu Caro Amigo

Turistanto Lendas e Lugares – Meu Caro Amigo

Opinião | 3 Março 2020

Segundo Mário Quintana: "A amizade é um amor que nunca morre."

 

A vida surpreende quando percebemos que podemos sempre descobrir coisas novas dentro das antigas. Podemos sempre olhar o destino sob outro prisma. Mas o mais interessante é, abrir cancha para os olhos da alma e ver nossa vida e as nossas relações sob a luz de outro holofote.

Não é maravilhoso perceber quantos lampiões alheios nos iluminaram o caminho? Quantos tauras toparam paradas que até Deus recusaria apenas para salvar nos o pelêgo?

E a divagar sobre tudo isso passei a questionar me se, por essas chinas e paisanos que acompanharam me por céus e infernos, fiz eu o suficiente.

É provável que não... Então, numa de redimir me da omissão, venho cá pedir perdão pela falta de "sinais de fumaça".

E aconselho a quem acompanha as ideias dessa prenda desgarrada do rincão mas não da tradição, a voltar também o olhar para dentro e àqueles que sempre permaneceram ao nosso lado quando o mundo nos virava os arreios e nos parecia impossível agarrar à unha essa vida redomona aproveitar para render-lhes alguma homenagem.

Agradeçamos então pelos conselhos, mesmo quando não os escutamos porque às vezes somos simplesmente casmurros demais.

Agradeçamos a paciência, mercúrio e ataduras, por não terem varrido os nossos pedaços porta da rua afora, mesmo quando eles magoavam-lhes os pés!
Agradeçamos a aceitação de sermos muitas vezes um mar de contradições e reticências que lhes desassossega o espírito quando deixamos de saber quem somos e o que queremos e pelas palavras de encorajamento e conforto diante dos nossos punhos cerrados.

Agradeçamos quando “tapam o sol com a peneira” diante dos nossos defeitos desnudos e, acima de tudo, por serem seres únicos e distintos mas ao mesmo tempo terem tanto em comum connosco. E por essas diferenças ajudarem nos a evoluir e, em conjunto, construir um mundo melhor... Cada qual à sua maneira.

E convidemo-los a voltar sempre, pois a nossa porta estará sempre aberta para recebê-los, nossos ouvidos sempre prontos a escutarem-lhes os lamentos, nossos braços sempre preparados para curarem-lhes as dores mais agudas e prometemos que, sempre com carinho, enxugaremos as lágrimas e diremos as mentiras necessárias, mas também lhes diremos as verdades mais cruéis.

E por fim, firmemos o compromisso de, com todo o cuidado, curá-los de todos os balaços e ressacas dessa vida.

E partilhemos com eles o amargo do mate ou do café, pois todos os momentos da vida tornam se doces quando temos amigos verdadeiros.

 

Maria Beck Pombo

 

 

 

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