A errar é que se aprende.
Essa frase encorajadora ecoa aos ouvidos da humanidade através do tempo e dos continentes.
Perdi eu já as contas de quantas vezes a proferi para as pessoas mais queridas em algum momento em que o ânimo lhes estava prestes a faltar.
Mas a pensar bem sobre o assunto comecei a duvidar da veracidade da afirmação por um motivo muito simples: eu conheço uma centena de pessoas que continuam a errar e não aprendem nada!
A lição não está no erro propriamente dito, a lição está no dano que ele causa e no que é feito para remendá-lo.
Aprender a lição está na humildade em reconhecer o erro e não só, desculpar-se e procurar repará-lo de alguma forma.
Pedir desculpas é uma atitude que está intimamente ligada à grandeza de caráter.
Nada é capaz de deixar-me mais irritada que ouvir uma pessoa a discursar dessa maneira: “eu admito que TALVEZ, SE CALHAR, QUEM SABE eu POSSA TER avaliado mal a situação” etc, etc...
Esse titubear, esse travão que a maioria das pessoas têm em pôr-se como o sujeito que pratica a ação e que, por conseguinte, é responsável pelas consequências que dela advém revela estreiteza de intelecto, falta de princípios e valores questionáveis.
Mas acima de tudo: revela insegurança.
Uma pessoa que não consegue pedir desculpas ou assumir um erro é um ser egocêntrico e equivocado, alguém que julga manter a majestade enquanto chafurda na lama da dúvida, da perfídia e da leviandade.
Denuncia a sua alma corrompida e estupidifica-se lentamente ao crer que negar a sua culpa fortalece suas convicções perante o mundo e o próximo.
Por outro lado, aquele que é capaz de pôr de lado o orgulho, de amansar o ego e abraçar a responsabilidade sobre os seus atos, de reparar o dano causado pela sua arrogância, prepotência ou mesmo simplesmente pelo seu despreparo diante da vida ou de alguma situação, esse é aluno assíduo da grandeza de espírito e retidão de caráter.
Leva consigo o selo da lealdade e dos bons princípios e aprende, evolui e edifica.
Pedir desculpas não dói e certamente é capaz de curar muitas feridas.
E caso não baste para isso, tente outra vez!
Afinal, a tentar é que se aprende!
Maria Beck Pombo