Levara anos até provar o seu valor mas, para ela o tempo não passa…
Ali estava: estática, em frente à folha em branco, enquanto as palavras lhe fugiam em debandada.
As esperanças, as revoltas, as opiniões…
Tudo misturava-se dentro dela, a oprimir-lhe o coração e, no entanto, não era capaz de pôr as ideias em ordem e vomitá-las cá para fora.
Pensou nos seus leitores e a palavra divertiu-a.
Nunca pensara que um dia teria, para além da família e amigos muito próximos, tantas prendas e paisanos a interessar-se pelo que escrevia.
Ponderou consigo mesma: “não são leitores, são parceiros a acompanhar-me e auxiliar-me a trilhar esse caminho, que toquei tantas vezes em sonhos e hoje torna-se palpável.”
E cada coração que tocava era mais uma estrela que brilhava com a promessa de conquistar o seu lugar ao sol.
Fechou os olhos e agradeceu ao Universo, em silêncio.
Por cada alma que cruzou o seu destino e eternizou-se em forma de inspiração.
Por cada embaraço e por cada oportunidade, por cada derrota e por cada vitória, por cada amor e cada desilusão.
Pois tudo isso garantia-lhe uma vida repleta de pequenas histórias, que mereciam sempre ser contadas.
Já dizia Cervantes:
“Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha juntos é o começo da realidade.”
Não basta sonhar, é preciso quem sonhe contigo!
Maria Beck Pombo