Peço a Yemanjá que abra os meus caminhos e a São Jorge e Ares que sejam minha lança e espada contra os dragões que enfrentarei no cotidiano.
Rogo a Oxóssi e Artemis que abençoem a caça sobre a minha mesa e a Deméter que cuide de fazer amadurecer o fruto e o grão para o pão nosso de cada dia.
Que eu sempre tenha plena consciência do valor das coisas simples e que cada despertar seja encarado como um verdadeiro milagre, pois assim o é.
A Thot agradeço a existência das palavras e a Apolo e Bragi a inspiração que faz dançar a minha pena sobre o palco alvo do papel, como o bruxuelar das labaredas de uma vela encantada por Hefesto.
Que assim eu possa sempre servir de instrumento para confortar quem padece e falar por aqueles que já não tem voz.
Que Javé jamais me obrigue a entregar ao filho a expiação dos meus próprios pecados e que Lugh e Xangô andem de mãos dadas em meu caminho, a garantir o equilíbrio da minha balança. Pois quero dar sempre ao outro o que a ele pertence e que nunca me falte o que é meu por direito.
Que Sekhmet tenha misericórdia de mim e sempre me lamba as feridas que Cronos terá o prazer de curar.
Que Idun mantenha meu espírito sempre jovem e que derramada seja, sobre minha cabeça, a sabedoria de Atenas, para que o autoconhecimento seja sempre a minha busca pois, com a graça de Brahma e Mahadeva, quem é capaz de conversar consigo próprio, escuta sempre a voz de deus!
Maria Beck Pombo