Voz da Póvoa
 
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Turistando Lendas e Lugares – Da desordem ao retrocesso

Turistando Lendas e Lugares – Da desordem ao retrocesso

Opinião | 9 Novembro 2022

 

Embasbacada ela assistira ao longo de quatro longos anos a troca de farpas entre amigos e familiares em razão de suas diferenças políticas.

Era curioso perceber que poucos os que se cobriam com a bandeira vermelha ou conspurcavam a verde-amarelo, sabiam realmente aquilo que estavam a defender. Todos os outros vomitavam acusações, levantavam falsos testemunhos e julgavam, exatamente como ensina o Vosso Senhor Jesus Cristo, ou não…

Pensara para consigo quanto tempo levou até que a política fosse separada da religião, e agora, passados tantos séculos retrocedermos aos tempos em que os reis eram ungidos pelo poder divino, esquecendo-nos que divinos somos todos nós.

Nada pacificaria mais o seu coração que ter visto uma autêntica revolução em sua pátria-mãe, em que o povo, de mãos dadas, sairia às ruas para exigir candidatos idóneos para concorrer à presidência do país, para governar de forma honesta, íntegra e moralmente correta e não a usar essa moral de cuecas, sem ética, onde o princípio da beneficência é suplantado pela inconsciência, pela brutalidade e, porque não dizer, pelo pecado!

Mas ao invés disso ela presenciou, mais uma vez, o assassinato da democracia, a eterna guerra insensata entre esquerda e direita, que não percebe que, para seguir em frente, é preciso um equilíbrio entre ambos!

Sentia pena do seu torrão, pena dos conterrâneos que, assim como ela, vivem fora e são alvo de riso e chacota, que veem a bandeira brasileira, símbolo da soberania da nação que é composta por tantas raças e credos diferentes, obrigada a tomar partido e chafurdar na lama que abriga o atentado ao livre-arbítrio, em nome do Criador.

Ela, pagã desde sempre, compadeceu-se de Deus, por saber o quanto é triste ter suas palavras de amor distorcidas para servir a egocêntricos propósitos e lamentou profundamente a ignorância de um povo que poderia ser exemplo de democracia se lutasse pelo país e não entre si.

“Se não consegues derrotar um inimigo, junta-te a ele!”

Há uma linha muito tênue que separa a covardia da inteligência!

 

Maria Beck Pombo

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