Nem mesmo o atraso do Verão foi capaz de conter a invasão dos turistas na Póvoa de Varzim.
Os mercados, bares e estradas comportavam gentes de diversas nacionalidades, uma Babel se erigia no entrevero de idiomas vários a procurar algum entendimento.
À beira mar a vergonha e os preconceitos eram despidos um a um, revelando corpos de todos os formatos que se cobriam de dourado a luz do sol e brindavam a liberdade de se ser como se é.
Os olhares se aguçam na busca do par ideal, pois praia e calor são um convite aos amores de verão plantados na areia e abençoados pelas ondas que beijam os pés dos amantes.
Sob a luz da lua, abençoados por Iemanjá, os mais afortunados trocam juras pela eternidade que findará com o passar da estação.
Fazem planos mirabolantes para um futuro fadado a um fracasso que não importa quando o momento é todo fantasia digna de rememorar nos dias vindouros.
E há brinde, há vinho, há dança e há esperança de que o ciclo se repita ano após ano. Para que o amor brinde a vida e o direito de ser vivida sem moderação.
Antes tarde do que nunca, sejas bem-vindo Verão!
Maria Beck Pombo