Voz da Póvoa
 
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Turistando Lendas e Lugares: Ayrton Senna do Brasil, para o mundo!

Turistando Lendas e Lugares: Ayrton Senna do Brasil, para o mundo!

Opinião | 11 Novembro 2020

Primeiro de maio de 1994, família reunida em frente a televisão, como de costume a cada domingo, para assisti-lo, a ele: o homem que plantou sonhos e a esperanças no coração de cada brasileiro.

 

Ansiosos pelo tocar do Hino da Vitória, esse que até hoje ecoa em meus ouvidos transportando-me para a infância onde um coração verde-amarelo pulsava ao sabor de cada curva, cada pole, cada vitória.

 

Assistimos aos seus últimos momentos, a compenetração, a comoção por ter de correr na mesma pista que vitimara Roland Ratzemberguer dois dias antes.

 

Parado estava ele, com as mãos sobre o aerofólio traseiro da sua Williams, com o olhar distante e emocionado como quem pressentia que o pealo seria fatal.

Quem poderia imaginar que no mesmo Grande Prémio perderiam-se duas vidas de uma maneira tão estapafúrdia!

 

De um momento para o outro, diante de um Brasil de bandeira na mão, a vitória certa transformou-se na dor aguda de uma perda inaceitável.

 

“Morreu Ayrton Senna da Silva… Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar.”

 

Anunciou o repórter global Roberto Cabrini que acompanhava o fatídico Grande Prémio de Ímola, em Bolonha, Itália.

 

Naquele momento milhares de brasileiros, completamente atordoados, sangraram a mesma dor. E nenhum de nós seria capaz de explicar a intensidade dela, cobriram-nos de luto a alma! Nossa bandeira, que dantes tremulava entre as mãos do maior ídolo que esse planeta já viu, foi hasteada a meio mastro durante três dias enquanto choviam os olhos de gentes de todas as raças ao redor do mundo.

 

Seu funeral, digno das honras prestadas aos grandes Chefes de Estado, que nunca conheceram grandeza como a dele, aconteceu aberto aos olhos de compatriotas de norte a sul do país que miravam incrédulos a bandeira brasileira pousada sobre o caixão, como quem esperasse acordar de um sonho vívido dantesco a qualquer momento.

 

Ayrton Senna do Brasil, Silvastone, O Rei de Mônaco, Rei da Chuva, Magic Senna… o piloto que encantava nossos domingos, o homem admirado por suas nobres ações, por sua personalidade marcante, por sua condução ousada que tantas vitórias trouxeram para o seio da Pátria Mãe, usando seu carro como mortalha partiu desse mundo deixando milhares de órfãos, de pais, de tios, de avós, mesmo sem deixar para semente um único filho.

 

E no garrão do país, a poucos dias de completar 13 primaveras, uma jovem cheia de sonhos descobriu cedo demais que os heróis não vivem para sempre!

 

Maria Beck Pombo

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