O género anda à procura de identidade e Portugal, Espanha, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Suécia, já legislaram e assumiram que aos 16 anos de idade a cabecinha de cada um já tem maturidade suficiente para tomar a decisão de mudar de género, embora, segundo a lei, esteja impedido de votar, consumir álcool, tabaco, conduzir, gastar a herança. Trabalhar só é possível se tiver concluído a escolaridade obrigatória, ou esteja matriculado no ensino secundário, e disponha de capacidades físicas e psíquicas adequadas ao posto de trabalho. Não podem responder pelos seus actos perante a Justiça, mas há mais, os 18 anos é a idade em que uma pessoa é considerada legalmente competente para decidir, participar em actos sexuais.
Naturalmente, os sábios legisladores não sofrerão as implicações físicas e psicológicas que tal decisão poderá acarretar.
A liberdade do próximo implica que as decisões devem obedecer à livre ponderação e consciência do indivíduo. Parece muito complicado, mas é bem mais incógnito e ilusório o espelho que nos diz aquilo que não somos. Não se trata de ficção científica, mas o tipo X é capaz de se identificar como um verdadeiro Y e acordar no dia seguinte à porta do WC, absolutamente confuso por não saber decifrar entre senhoras e cavalheiros.
Pablo Rios Antão
