Este é o tempo das pequenas pessoas, poderosos incluídos, segundo Nietzsche. Dos submissos, dos modestos, das formigas mas, ao mesmo tempo, dos que se adaptam, dos que se safam, dos que negoceiam, dos que mercadejam. Não há brilho, não há nobreza nessa gente que se entretém com pequenas coisas, que não aspira às alturas, às grandes obras. São explorados, claro, pelos políticos, pelos banqueiros, pelos capitalistas. São controlados pelos grandes media ao serviço daqueles. Contudo, só uma parte de entre eles toma consciência. Só uma parte discute estas matérias. Claro que sabemos que o capitalismo arrasta muita gente para a pobreza e para a miséria. E que esses não podem pensar em nada senão no seu sustento. Ainda assim há muita gente que não se interessa pela arte, pela literatura ou pelo conhecimento por culpa própria. Há Internet, há livrarias, há museus, há bibliotecas. E, de facto, o controle dos media torna as pessoas dóceis, passivas, submissas. É preciso dizê-lo uma e outra vez.
António Pedro Ribeiro, Sociólogo, cronista, poeta e dizedor de palavras