O triunfo do capitalismo e do neo-liberalismo leva ao triunfo da concepção da vida enquanto luta, enquanto competição, o que conduz ao desprezo pela cultura, pela poesia, pelas artes, pela filosofia, pelo humanismo. O Homem moderno deseja obter mais dinheiro, cada vez mais dinheiro, e eliminar os seus rivais na corrida. A própria inteligência é medida pelo poder que se detém ou pelo dinheiro que se ganha.
Meus amigos, é preciso inverter completamente esta lógica. Não estamos na selva (ainda...). Podemos pensar por nós próprios, criar, filosofar. Podemos pôr tudo em causa: a família, a escola, o trabalho, os media, a internet, a IA, os telemóveis, os políticos e os patrões. Tudo isso pode ser derrubado, se quisermos. Ou, pelo menos, fortemente abalado. Até o próprio dinheiro pode desaparecer da face da Terra... Se pensarmos numa lógica de cooperação e ajuda-mútua e não de competição, de amor e não de ódio, de liberdade e não de castração, de igualdade e não de submissão, de paz e não de guerra, de salvação da Humanidade e da Terra e não de destruição. Não estou a dizer novidade nenhuma. Outros e outras o disseram antes de mim. No entanto, é preciso insistir. É preciso insistir para consciencializar as mentes há muito adormecidas ou medrosas. É preciso insistir para mudar o mundo de vez. É preciso insistir para renascer e chegar ao Reino.
António Pedro Ribeiro, sociólogo, cronista, poeta e pensador