Quando um estagiário me fez essa pergunta eu trabalhava na TV Bandeirantes em Curitiba no Brasil. Foram quase 30 anos de aprendizado diário e, claro, muita dedicação. Talvez por esse motivo, meu primeiro impulso foi responder com questões relacionadas ao conhecimento como saber as regras gramaticais do idioma para não cometer erros de ortografia, estar bem informado sobre diferentes assuntos; ler muito para ampliar os horizontes e usar uma linguagem direta, sem rodeios, para que o leitor ou, no meu caso, telespectador, compreenda a reportagem.
Mas antes de responder, parei para pensar e fiz uma reflexão mais profunda. Todo o que citei antes pode ser aprendido ou desenvolvido com treinamento. Então percebi que nessa profissão o mais importante de tudo é gostar de ouvir e contar histórias! E são muitas!!! Felizes, tristes, surpreendentes, desafiadoras, aquelas que nos fazem pensar, sorrir, chorar ou simplesmente concluir que o ser humano é capaz de tudo. Das atitudes mais nobres e bondosas até horrores inimagináveis.
Agora estou aposentada/reformada, mas continuo sendo uma contadora de histórias. Acho que nunca deixarei de ser!!! Por isso quando o José Peixoto me convidou para escrever esse artigo fiquei curiosa pra conhecer a trajetória dele como jornalista e descobri que esse amigo músico, compositor, escritor e apaixonado pelas artes começou no jornalismo em uma rádio pirata!!! Mais tarde, ajudando uma jovem repórter a escrever, ele acabou sendo convidado para trabalhar no jornal onde está há mais de 20 anos. Será que ele sabe quantas histórias contou ou quantas pessoas influenciou? O que eu sei é que foram milhares e que, de alguma forma, elas fizeram a diferença na vida dos leitores.
E o que dizer dos 87 anos de A Voz da Póvoa? Nesses tempos em que a informação está ao nosso alcance com um único click, acho que a explicação para ainda estar circulando se resume a uma palavra: CREDIBILIDADE. Em plena era digital quando, infelizmente, vários jornais estão fechando mundo a fora, a Voz da Póvoa segue firme publicando notícias verdadeiras e combatendo as perigosas fake news, comuns nas redes socias e que provocam tantos estragos…
E para terminar com um toque de humor… é como dizem por aí: uma história tem, pelo menos, três versões: a minha, a sua e a verdadeira!
Solange Berezuk, Jornalista Luso-Brasileira
(Aniversário A Voz da Póvoa - 2076)