Nestes dias vivi anos, séculos, milénios. Combati o grande dragão e a grande serpente. Quase me passei para o outro lado. Aguentei-me. Com a ajuda de uns poucos. Os outros comentam-me ou não me entendem. Ainda assim, alguns deles, puros, continuam a amar-me. Foi uma prova, uma provação. Agora estou lúcido. Mais lúcido do que nunca. E sinto-me irmão dos grandes poetas, dos grandes filósofos, dos grandes artistas. Talvez ainda me falte um pouco de talento para chegar ao patamar deles. Contudo, tenho a certeza de que estou no caminho certo. Além do mais, ardo com o mundo. Abre-se aqui um novo capítulo. O capítulo do profeta. Do profeta revolucionário. Aquele que tudo fará, com milhares ou milhões de companheiros, para destruir de vez o Império.
António Pedro Ribeiro, sociólogo, poeta, cronista e muito mais...
